Expedição inédita de barcos a remo vai refazer viagem histórica de Hans Staden

Jornada entre os litorais de São Paulo e Rio de Janeiro celebrará os 500 anos do nascimento do aventureiro alemão, que ficou célebre após escapar do cativeiro dos tupinambás

O aventureiro alemão Hans Staden foi capturado pelos tupinambás no ano de 1554 na região de Bertioga, em São Paulo, e levado até a aldeia deles nos arredores de Mangaratiba, no Rio de Janeiro. Na volta a Europa, depois de escapar de ser devorado por esses índios, praticantes do canibalismo, teve uma história e tanto para contar. Seu famoso livro publicado em 1557 a respeito de sua jornada nos trópicos foi o primeiro grande registro a respeito da fauna e flora do país e dos hábitos dos povos originários da terra recém-descoberta.
 

Hans Staden nasceu em 1525 na cidade de Homberg, na Alemanha central. De forma a celebrar os 500 anos dessa data, uma expedição inédita de barcos a remo Coastal, dentro do projeto “Hans Staden 500”, irá refazer a viagem histórica. Durante três dias no próximo mês de julho os atletas do Clube de Regatas Bandeirante, tradicional agremiação da Raia Olímpica da USP, irão percorrer mais de 200 quilômetros entre os litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro passando por pontos e paisagens descritos pelo livro. A iniciativa merecerá cobertura online pelas redes sociais do Clube de Regatas Bandeirante e, ao final da viagem, a expedição vai ser tema de um minidocumentário (com pré-estreia gratuita em Bertioga), de um minilivro fotográfico digital, de uma exposição itinerante de fotos e de palestras sobre o assunto.
 

O ponto de partida será no Forte São João, em Bertioga, na mesma região em que Staden trabalhava como artilheiro para os portugueses, que viviam em guerra contra os tupinambás. O alemão foi aprisionado pelos indígenas nas redondezas dali e depois levado para a aldeia deles nas imediações de Mangaratiba, no Rio. Ele ficou no cativeiro durante nove meses, até ser libertado por franceses que negociaram a soltura com os tupinambás.
 

Além de relembrar a famosa jornada, o projeto Hans Staden 500 vai explorar as grandes mudanças ocorridas naquele trecho do litoral da época da viagem do alemão até os dias de hoje. O objetivo é chamar atenção para os impactos socioambientais provocados pela ocupação humana daquela área. Serão abordados ainda os esforços mais recentes realizados para a recuperação da fauna e flora do local, assim como a atual situação dos povos originários que vivem na região e o histórico da presença das pessoas negras naquela área desde o período do descobrimento até os dias atuais.
 

A parte esportiva do projeto é outro destaque da expedição. Enquanto a viagem de Hans Staden de Bertioga até Mangaratiba ocorreu a bordo de canoas tupinambás, os remadores do Clube de Regatas Bandeirante irão refazer o trajeto dentro de guarnições de Coastal, que são modernos barcos a remo olímpicos adaptados para travessias em mar aberto. A modalidade vem se popularizando rapidamente e foi incluída como esporte competitivo nas Olimpíadas de Los Angeles, em 2028.
 

O projeto Hans Staden 500 é patrocinado pela Autoridade Portuária de Santos, com apoio do Ministério dos Portos e Aeroportos e do Governo Federal. A Marinha do Brasil é consultora técnica da expedição e a iniciativa envolve também a participação das empresas Lamp (responsável pelo conteúdo de fotos e vídeos) e da Barra Pro Mar Turismo e Serviços (logística e segurança).

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