Julho começou gelado em boa parte do Brasil, com geadas e até neve. Confira as tendências previstas para a chuva e a temperatura ao longo da primeira metade do mês.
Junho, o primeiro mês do inverno meteorológico, terminou com temperaturas máximas abaixo da média em boa parte do país, com exceção do Nordeste e do sul do Pará. As temperaturas mínimas chegaram a ficar até 3°C abaixo da média na região Sul, com episódios de neve e geada amplas, que afetaram 6 estados.
Em relação à chuva, o destaque negativo foi o Rio Grande do Sul, que enfrentou mais um episódio extremo de precipitação, com inundações históricas. As anomalias ultrapassaram três vezes a média mensal em muitas localidades. No restante do país, as chuvas ficaram próximas da normalidade.

Já o mês de julho iniciou com a atuação de um ciclone impulsionando uma intensa massa de ar polar sobre o país, frio extremo vem sendo registrado, com registro de geadas e neve na região Sul. Confira agora como será o clima na primeira quinzena de julho.
Temperatura e precipitação abaixo da média
A primeira quinzena de julho deve continuar com temperaturas predominantemente abaixo da média no centro-sul do Brasil. Entre os dias 30 de junho e 7 de julho, anomalias negativas de até 6°C são previstas no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e também no Mato Grosso — onde a temperatura máxima ficou 16°C abaixo da média nesta segunda-feira (1°).
Na semana de 7 a 14 de julho, o frio segue atuando com menor intensidade, mas ainda mantendo as temperaturas abaixo da média em áreas do Sul, Centro-Oeste, litoral do Sudeste e também do Nordeste.

No sentido oposto, o interior do Nordeste e o centro-sul do Pará e Amazonas devem registrar temperaturas de 1°C a 3°C acima da média.
A previsão de chuva também indica um cenário mais seco. A tendência é de precipitação abaixo da média em todo o Brasil central e região Sul, com déficits de até 30 mm por semana.

Na primeira semana, a precipitação será acima da média no litoral do Paraná, Sudeste e Nordeste, além do norte da região Norte — onde a cheia do rio Amazonas já afeta mais de 500 mil pessoas. Na segunda semana, as chuvas se normalizam na região Norte e Nordeste, mas ficam ainda mais escassas no restante do país.
Influência da Oscilação Antártica
A Oscilação Antártica (AAO), também conhecida como Modo Anular Sul, está prevista para permanecer em fase positiva durante a primeira quinzena de julho. Essa fase está associada ao fortalecimento dos ventos de oeste que circulam em torno da Antártica, o que tende a manter os sistemas de baixa pressão (ciclones) e frentes frias confinados em latitudes mais altas, próximas ao polo sul.
Na prática, isso dificulta a penetração de frentes frias no centro-sul da América do Sul, reduzindo a frequência de eventos de chuva e contribuindo para a manutenção do ar seco e frio sobre grande parte do Brasil.

Além disso, em fases positivas da AAO, é comum que o jato subtropical — corrente de ventos em altos níveis da atmosfera — fique mais zonal e deslocado para o sul, o que também dificulta a organização de sistemas de instabilidade no Brasil central.
O frio que marcou o fim de junho segue influenciando o clima no início de julho, especialmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com a atuação de uma massa de ar polar e a influência da AAO, a primeira quinzena do mês será marcada por temperaturas abaixo da média e chuvas escassas em grande parte do país.
Para quem está sentindo falta do inverno de verdade, 2025 está entregando — pelo menos por enquanto.