De acordo com denúncia do ex-assessor especial da Segov (Secretaria Municipal de Governo), Elenilton Dutra de Andrade, a gestora municipal nomeou “parentes próximos” na prefeitura de Campo Grande. Segundo o denunciante, tem nomeação de mãe e filha em cargo comissionado, nepotismo cruzado, uma verdadeira “Torre de Babel”, bem como vários servidores “fantasmas”, que teriam feito campanha eleitoral para o marido dela, deputado estadual reeleito Lídio Lopes (Patriota).
O ex-servidor comissionado da Prefeitura da Capital afirmou com exclusividade ao site Diário MS News a denúncia, que segundo ele, vai protocolar na próxima semana junto ao MPE (Ministério Público Estadual) para que o órgão instaure um inquérito contra a prefeita de Campo Grande pelas práticas de nepotismo e emprego de funcionários “fantasmas”. “Eu trabalhava na Prefeitura Municipal desde 2017, quando fui nomeado pelo ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), tendo me licenciado em junho de 2018 para concorrer ao cargo de deputado estadual pelo partido do marido da prefeita. No entanto, como não consegui me eleger, retornei ao meu cargo em 2021 a convite do Marquinhos, sendo que em abril de 2022 eu iria sair, mas a prefeita pediu que eu continuasse”, revelou.
No entanto, conforme Elenilton Dutra, a prefeita o liberou para que fizesse a campanha eleitoral para a reeleição do marido dela, mas recebendo o salário de assessor especial da Segov. “Coloquei um monte de comissionados ‘fantasmas’ para ajudar na campanha do Lídio Lopes, sendo que todos recebiam pelos cargos para os quais eram nomeados, mas que nunca tinham aparecido lá para trabalhar”, garantiu.
O ex-assessor especial disse que tudo estava bem até o fim do 2º turno das eleições, quando Eduardo Riedel (PSDB) saiu vitorioso. “Foi terminar a eleição, que nós conhecemos a verdadeira prefeita. Os meses de novembro e dezembro do ano passado foram um verdadeiro inferno, com as constantes exonerações, que foram cumpridas no dia 30 de dezembro com a demissão em massa de mais de dois mil comissionados”, recordou.

Elenilton Dutra contou que, ao longo desses dois meses, alguns comissionados já estavam sendo exonerados e que a prefeita gostava de publicar uma edição extra do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) nas noites de sexta-feira para pegar os funcionários de surpresa. “Eram atos de pura maldade, as edições extras sempre eram publicadas depois das 20 horas e, às vezes, às vésperas de feriados. Ela usou os servidores ‘fantasmas’ para fazer campanha para o marido dela para depois exonerar todos eles, alegando que eram problema do ex-prefeito”, contou, informando que eram pelo menos 120 “fantasmas”.
No entanto, conforme a denúncia, os exonerados começaram a ser substituídos pelos parentes e amigos deles que na maioria são evangélicos e alguns da igreja que os dois frequentam. “Os dois principais exemplos são Maicon Cleython Rodrigues Nogueira, que está lotado no gabinete da prefeita e é primo dela, e a Thelma Fernandes Mendes Nogueira Lopes, que é chefe de gabinete da prefeita e concunhada dela, sendo casada com Osvaldo Nogueira Lopes, irmão de Lídio Lopes”, revelou Elenilton Dutra.
Para o ex-assessor especial, os acordos políticos realizados nas últimas eleições causaram muito mal à Capital. “Ela se transformou em sinônimo de traição, incompetência e má gestão. Nós que já vimos essa novela com o ex-prefeito Alcides Bernal, hoje amargamos a péssima gestão da atual prefeita da Capital”, finalizou.
SERVIÇO – Os leitores que desejarem denunciar alguma irregularidade em Campo Grande pode usar o site [email protected] ou pelo WhatsApp (67) 99961-1287