Salário de conselheiro tutelar em Campo Grande é maior do que de vereador do interior

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Ser conselheiro tutelar em Campo Grande é mais vantajoso em termos salariais do que ser vereador em cidades vizinhas, como Sidrolândia, Terenos, Jaraguari, Nova Alvorada do Sul e Ribas do Rio Parto. Além disso, o vencimento mensal do cargo fica próximo ao vencimento mensal dos parlamentares municipais das grandes cidades do Estado, como Dourados, Corumbá e Três Lagoas e supera o de vereador em Ponta Porã.

Por isso, a eleição do próximo dia 1º de outubro atraiu tantos interessados, sendo 113 candidatos para 40 vagas como titular e mais 40 para suplentes. Com um salário atrativo de R$ 5.946,00, que dobra para R$ 10.900,00 com os plantões, o vencimento dessa categoria supera o salário de um vereador das cidades vizinhas de Sidrolândia (R$ 10.128,90), Terenos (R$ 6.000,00), Jaraguari (R$ 5.060,00), Nova Alvorada do Sul (R$ 7.596,67) e Ribas do Rio Pardo (R$ 7.552,00).

Além disso, o montante salarial de R$ 10.900,00 de um conselheiro tutelar é próximo ao vencimento de um vereador de grandes cidades do Estado, como de Dourados (R$ 12.661,13), de Corumbá (R$ 12.670,00) e de Três Lagoas (R$ 12.500,00), e ganha de um parlamentar de Ponta Porã (R$ 9.875,67). Outro chamariz para o cargo é a base política para as eleições municipais de 2024 em que os conselheiros podem se tornar “potenciais cabos eleitorais” de vereadores ou até mesmo concorrerem ao mandato.

Segundo informações repassadas pelo vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Márcio Benites Anastácio, o vencimento é um bom salário, que condiz com o serviço, mas infelizmente acaba sendo chamariz para pessoas sem comprometimento com a causa. “Isso fragiliza os conselhos e também o entendimento da real função do Conselho Tutelar, tanto pela rede de proteção, quanto pela população”, opinou.

Questionado sobre qual seria a responsabilidade de um conselheiro tutelar, o vice-presidente do CMDCA destacou o que preconiza o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “Não é só o conselho tutelar, é a SAS, a Saúde, a Educação, a DPCA etc. Se a rede não fechar, nada funciona. Porque o Conselheiro Tutelar pega uma denúncia e ele vai mandar para uma criança espancada para a saúde, para a polícia e para o Conselheiro tomar algumas medidas. Funciona através de toda a rede”, rebateu.

Ao todo, são 113 candidatos no pleito eleitoral para conselheiro tutelar nas sete regiões de Campo Grande: Centro, Segredo (ao norte da região central), Bandeira (a sudeste e parte do sul), Lagoa (a sudoeste) e Anhanduizinho (a sul e sudoeste), além das novas unidades na região do Prosa (a nordeste e leste) e Imbirussu (a oeste). “Serão eleitos 40 conselheiros tutelares titulares e o resto será suplente. Ao todo, serão 80, dois para cada conselho. Para nós o que interessa são os titulares, o restante fica de reserva. Entrou de férias, licença médica um desses suplentes vai cobrir onde o conselho precisou de ausentar”, explicou o vice-presidente do CMDCA.

As eleições para conselheiro tutelar serão em todos os municípios brasileiros, no dia 1º de outubro. Essa é a primeira vez que Campo Grande contará com urnas eletrônicas disponibilizadas pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul). “Este ano, graças a Deus, o TRE nos atendeu, conseguimos urna eletrônica e a apuração vai ser muito mais rápida. Da última vez, em 2019 foi com cédula, foi terrível de apurar. Agora é urna eletrônica, então vai rápido, igual numa eleição normal”, diz Márcio Anastácio.

O vice-presidente do CMDCA reforçou para que a população compareça aos locais de votação e escolha com sabedoria. “Os conselheiros hoje são o maior número do que tiveram na eleição passada. Então a divulgação dos próprios candidatos a conselheiros vai ser muito maior. É importante que a população compareça. A população tem que entender que é ela que elege o conselheiro”, alertou.

Ao todo serão 56 polos de votação espalhados por Campo Grande, conforme as sessões eleitorais já vigentes. “Em reunião com o TRE conseguimos montar 56 polos, porque não seria possível economicamente fazer em todos os polos eleitorais, como se faz numa eleição para governador, presidente e prefeito”, esclareceu o vice-presidente do CMDCA.

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