Evento sobre “Cidades Inovadoras e Práticas Sustentáveis” estimula instituições e estudantes a promover projetos inovadores

A Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Economia (FACE) da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e o Ecossistema de Inovação de Dourados realizaram, de 7 a 9 de outubro, o 7º Simpósio de Administração e Economia (SIMAE) e o 5º Workshop de Pesquisa e Extensão da FACE.

Mais de 270 participantes de Dourados, Fátima do Sul, Campo Grande, Miranda, Aquidauana e Ponta Porã integraram a programação, cujo ponto alto foram as palestras da noite de quarta-feira: “Cidades Inovadoras e Práticas Sustentáveis: Organizações como Promotoras do Desenvolvimento”, com o antropólogo colombiano Santiago Uribe Rocha, especialista em desenvolvimento urbano e rural, e “Sustentabilidade das Empresas em Tempos de Inteligência Artificial”, com a administradora e professora paulista Samara de Carvalho Pedro. Ambas palestras foram mediadas por Ricardo Senna, secretário executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC) do Governo de Mato Grosso do Sul, um dos principais parceiros do evento.

Para o reitor da UFGD, Jones Dari Goettert, o debate foi um momento ímpar para a universidade dialogar com as comunidades interna e externa sobre questões fundamentais e contemporâneas. “A cidade é o principal locus da vida moderna e atravessa um momento crucial, marcado por questões socioeconômicas. O grande desafio são os contrastes, desigualdades e as diferenças que a cidade produz. No contexto da sustentabilidade, a cidade não só contribui para as mudanças climáticas, como também sofre seus impactos. Refletir sobre essa temática é essencial para nossa existência. Parabenizo a FACE pela articulação entre universidade e sociedade, que permitiu um evento abrangente, refletindo sobre maneiras de criar cidades mais igualitárias, inovadoras e sustentáveis”, destacou o reitor.

PALESTRAS DO EVENTO

Durante o evento, Santiago Uribe apresentou o modelo de inovação das oito hélices, que amplia o tradicional modelo das quatro hélices (universidade, empresários, sociedade civil e governo), incluindo natureza/território, cultura/identidade, jovens e idosos como novos elementos cruciais para o desenvolvimento sustentável. Ele enfatizou o papel central da cultura, identidade e da intergeracionalidade no processo de inovação, colocando as pessoas no centro da criação de soluções. Ele reforçou ainda a ideia de que a inovação deve colocar as pessoas no centro do processo, ouvindo suas necessidades e promovendo sua participação ativa na criação de soluções. Uribe também exemplificou as ações que transformaram Medellín de uma das cidades mais violentas do mundo para uma referência em inovação.

Ricardo Senna ressaltou a importância dos Ecossistemas Locais de Inovação para a governança e articulação entre os principais atores que promovem a inovação no estado. Ele também enfatizou o impacto da experiência de Santiago Uribe na transformação de Medellín, afirmando que esse exemplo está alinhado aos objetivos de expansão da economia criativa e do envolvimento dos jovens com a inovação em Mato Grosso do Sul.

A professora Samara de Carvalho trouxe o conceito de economia regenerativa, que vai além da sustentabilidade tradicional, buscando restaurar, renovar e revitalizar sistemas naturais e sociais. “Em vez de apenas minimizar impactos ambientais, as empresas estão adotando práticas que geram impacto positivo, restaurando ecossistemas degradados, aumentando a biodiversidade e regenerando os recursos naturais”, explicou Samara.

Jane Correia Alves Mendonça, organizadora do evento e representante da UFGD no Ecossistema de Inovação de Dourados, destacou a relevância do evento na promoção de conexões entre os diferentes atores do ecossistema local, facilitando o intercâmbio de ideias e iniciativas inovadoras.

ARANDU ROKY – NASCENDO IDEIAS

Durante o Encontro de Ecossistemas de Inovação que fez parte da programação do evento, a professora Jane mencionou como exemplo de articulação entre território, juventude e desafios para inovação, o projeto realizado neste ano, em parceria com diversas entidades do Ecossistema, intitulado Arandu Roky (Nascendo Ideias). O projeto envolveu estudantes do Ensino Fundamental e Médio das Escolas Tengatui e Guateka, localizadas na Reserva Indígena de Dourados, em um processo de educação para inovação e empreendedorismo, culminando em uma maratona no dia 24 de outubro, onde os alunos proporão soluções para a falta de água nas aldeias do município.

O evento contou com 40 estudantes voluntários para organização das atividades e também com apoio financeiro da SEMADESC, Sebrae MS, AGGIS Agricultura de Precisão, Mossmann Assessoria e Consultoria Aeroagrícola, Taurus, Sicoob, Inflex Indústria de Embalagens, e Associação Comercial e Empresarial de Dourados (ACED).

Mais informações e a programação completa do 7º Simpósio de Administração e Economia (SIMAE) podem ser encontradas na página: https://www.even3.com.br/vii-simae/.

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