A mais de um ano das eleições municipais, partidos intensificam articulações em MS

Reprodução

A mais de um ano das eleições municipais de 2024, os principais partidos políticos de Mato Grosso do Sul estão intensificando as articulações para lançar candidaturas fortes nos principais municípios do Estado. Com a vantagem de contar com o governador Eduardo Riedel nos seus quadros, o PSDB sai na frente das demais legendas com uma campanha voraz de filiação de prefeitos à sigla.

Somente no mês passado, sob o comando do ex-governador Reinaldo Azambuja, presidente estadual do PSDB, o partido ganhou três novos prefeitos: Fábio Florença (Miranda), Rogério Torquetti (Tacuru) e Lídio Ledesma (Iguatemi). Além disso, já anunciou para os dias 23 e 24 de junho as filiações dos prefeitos de Santa Rita do Pardo, Lúcio Roberto Calixto (Podemos), e de Ivinhema, Juliano Ferro (União Brasil).

Porém, não para por aí, pois já estariam no radar tucano os prefeitos de Paranaíba, Maycol Queiroz (PDT), de Juti, Gilson Marcos da Cruz (PSD), e de Bonito, Josmail Rodrigues (PSB). Com isso, o total de gestores municipais filiados ao PSDB chegará a 45, representando mais de 50% dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul.

Na mesma toada está o PP, que, com a dobradinha da senadora Tereza Cristina com o presidente estadual do partido, Marco Aurélio Santullo, em janeiro deste ano, ganhou o reforço dos prefeitos de Aparecida do Taboado, José Natan, e de Inocência, Antônio Ângelo dos Santos. E, no mês passado, filiou a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, sem falar que o partido já tem nos seus quadros o prefeito de Dourados, Alan Guedes.

Com a filiação da prefeita Adriane Lopes, o PP já passou a comandar 19 municípios com 1.052.685 eleitores do estado, ou seja, 52,48% do eleitorado estadual. Apenas a Capital conta com 641.084 eleitores ou 31,96% de todo o eleitorado de Mato Grosso do Sul e, em termos de comparação, o PSDB, já incluindo os cinco novos prefeitos que devem se filiar ao partido, comandará 785.691 eleitores do Estado, ou seja, 39,17% do eleitorado sul-mato-grossense.

Com PSDB e PP largando na frente nesta corrida eleitoral para 2024 em Mato Grosso do Sul, os outros partidos terão de recuperar o tempo perdido, como é caso do MDB, que já delegou essa missão ao ex-senador Waldemir Moka, e o PT, que, apostando em uma boa gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quer voltar a ter prefeitos eleitos no Estado e recuperar o protagonismo da época que era governado por Zeca.

Também entram nessa disputa o PSB, que acaba de escolher o ex-deputado estadual Paulo Duarte para tentar “beliscar” alguma prefeitura em 2024 – a mais provável é a de Corumbá com o próprio Paulo Duarte -, e o PL, que conta com os nomes dos deputados federais Marcos Pollon e Rodolfo Nogueira, muito próximos ao ex-presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, para levar as prefeituras de Campo Grande e Dourados, respectivamente, que são dois municípios com fortes redutos bolsonaristas no Estado.

No entanto, para o cientista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, essa antecipação da corrida eleitoral do próximo ano pode ser explicada pelo fato de a maioria das 79 prefeituras de Mato Grosso do Sul estar com as contas em dia, fazendo com que o foco neste momento seja a garantia do comando, no caso dos prefeitos que vão tentar a reeleição, ou tomar a gestão municipal, com relação aos partidos que tentarão tirar do poder a atual administração.

“Em razão da pandemia da Covid-19, as prefeituras colocaram as despesas em ordem e, hoje, é possível afirmar que 90% delas estão com dinheiro em caixa. Os prefeitos se reestruturaram e a economia de Mato Grosso do Sul está muito forte devido ao agronegócio. As prefeituras da região da Grande Dourados e as dos municípios de Maracaju, Ponta Porã, Rio Brilhante e Chapadão do Sul estão financeiramente bem devido à soja e ao milho, assim como Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas, com as florestas plantadas para a produção de papel e celulose”, analisou Tony Ueno, citando ainda as prefeituras de cidades que exploram o ecoturismo, como Corumbá, com o Pantanal, e Jardim, Bonito e Bodoquena, com os rios e cachoeiras.

Outro detalhe apontado pelo cientista político para essa antecipação das articulações políticas já de olho nas eleições municipais do próximo ano é o fato de os prefeitos terem a liberdade de mudar de partido a qualquer momento sem o risco de perder o mandato. “Agora, com os municípios bem organizados, todo mundo quer ser prefeito e, quem já é, quer continuar sendo. Por isso, o Instituto Ranking Brasil Inteligência já iniciou as pesquisas de intenções de votos para as prefeituras de Campo Grande e dos municípios do interior”, finalizou Ueno.

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também