Agronegócio cresce 24,3% em 2020 e responde por mais de um quarto do PIB do Brasil

Houve alta em todos os setores do agro: produção dentro das fazendas, serviços, indústria e insumos.
Reprodução

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio teve uma expansão recorde de 24,31% em 2020, informou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) nesta quinta-feira (11), em nota.

Com esse resultado, o setor ampliou para 26,6% sua participação no PIB total do país no ano passado, contra 20,5% em 2019.

O PIB calculado pela CNA e o Cepea leva em conta o movimento de toda a cadeia do setor: produção dentro da porteira, insumos, agroindústria e serviços.

Já o calculado pelo IBGE considera somente a produção dentro das fazendas. Este foi divulgado na semana passada e mostrou expansão de 2% da agropecuária.

Alta por segmento
Tanto a cadeia produtiva da agricultura quanto da pecuária tiveram expansões expressivas em 2020, avançando 24,2% e 24,56%, respectivamente, impulsionadas por uma alta de preços e safras recordes.

Todos os segmentos da cadeia produtiva do agronegócio brasileiro no geral tiveram alta em 2020:

Setor primário – atividade dentro das fazendas (+56,59%);
Agrosserviços (+20,93%);
Agroindústria (+8,72%);
Insumos (6,72%).

“O desempenho do PIB do agronegócio reflete a evolução da renda real do setor, em que são consideradas as variações tanto de volume quanto de preços reais”, informou a CNA.

Entretanto, CNA e Cepea ressaltam que, apesar do resultado recorde do PIB no ano passado, a cadeia produtiva agrícola ainda se recupera de um cenário adverso de anos anteriores.

Quando se considera o cenário dentro das fazendas, por exemplo, a renda real recuou 20% de 2017 a 2019, apesar do crescimento de 20% da produção no mesmo período, devido a preços.

O uso intenso de venda antecipada de grãos também contribuiu para que a maior parte dos produtores não se beneficiasse plenamente da forte alta dos preços ao longo de 2020, afirmou a entidade. Além disso, houve elevação dos custos de produção.

Em relação ao ramo pecuário, a elevação dos preços das proteínas animais em relação a 2019 e a expansão da produção e do abate de suínos e aves e da oferta de ovos e leite refletiram o resultado do ano passado no PIB.

“Mas o forte aumento nos custos de produção afetou negativamente as margens dentro da porteira e na agroindústria”, disse a nota.

O indicador para o PIB dentro da porteira, do IBGE, deverá voltar a crescer este ano, com a CNA projetando aumento de 2,5% sobre 2020.

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