Após comentários gordofóbicos, diretor artístico das Olimpíadas de Tóquio renuncia

Hiroshi Sasaki cede à pressão após ser duramente criticado por ideia de tom pejorativo envolvendo uma atriz e comediante japonesa muito popular. Entenda polêmica
Foto: Matt Roberts/Getty Images

Diretor-executivo de criação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, Hiroshi Sasaki pediu para deixar o cargo nesta quarta-feira, manhã de quinta no Japão. Responsável por um comentário gordofóbico, que humilhou uma atriz e comediante muito popular no país, ele não resistiu à pressão e renunciou.

– Houve uma expressão muito inadequada em minhas ideias e comentários. Peço desculpas sinceramente a ela e às pessoas que se sentiram desconfortáveis ​​com tal conteúdo – se desculpou Hiroshi Sasaki, que tem 66 anos.

De acordo com a revista Shukan Bunshun, o responsável pelas aberturas de abertura e encerramento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos propôs a alguns membros da equipe uma ideia envolvendo a artista Naomi Watanabe, de 33 anos.

Ela é um ícone da moda no Japão e no exterior, e desceria do céu fantasiada de porco na abertura olímpica. Através de mensagens de texto, Sasaki fez um jogo de palavras com a palavra “olímpico”, transformando-a em “Olympig” .

– Eu costumo brincar com frequência, então eu disse isso como algo que escapou da minha boca, com ela vestindo um lindo traje rosa e mostrando a língua como um ‘Olympig’. Achei que isso a faria parecer encantadora, mas fui imediatamente repreendido por funcionários do sexo masculino. Sinto remorso – disse Sasaki, segundo a revista.

O relatório ao qual a revista teve acesso diz que Sasaki foi forçado a retirar a ideia depois que ela foi criticada pelos membros.

– É inapropriado se este relatório for verdadeiro e muito lamentável – declarou o porta-voz do comitê olímpico, Masanori Takaya.

Sasaki, figura conhecida na indústria de publicidade, foi inicialmente indicado para supervisionar as cerimônias paralímpicas de 2020, mas foi nomeado diretor-executivo de criação dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no final do ano passado, substituindo o aclamado ator Kyogen Nomura Mansai, depois que o evento foi adiado por causa do coronavírus.

Ele dirigiu a cerimônia de entrega da bandeira nos Jogos Olímpicos da Rio de 2016, que estrelou o ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe vestido de Super Mario, bem como o evento de contagem regressiva de um ano no Estádio Nacional em 23 de julho com a estrela da natação sobrevivente da leucemia Rikako Ikee.

Mais e mais polêmicas

Outro escândalo envolvendo o comitê organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos abalou as estruturas no mês passado. Na ocasião, a polêmica foi causada por declarações sexistas feitas por Yoshiro Mori, que chefiava todo o evento e acabou renunciando também, ainda em fevereiro.

– Este não é um problema de sexismo, mas um problema de direitos humanos – disse autoridade do comitê, que pediu anonimato.

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