Aprosoja informa avanço na colheita da soja em Mato Grosso do Sul

Reprodução

A Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) informou, nesta quinta-feira (25), ao site Diário MS News, que a colheita da soja já atingiu 136 mil hectares, equivalente a 3,2% da área total estimada. A região mais avançada é a central, seguida pela região sul e pela região norte. 

Em relação ao mesmo período do ano anterior, a atual evolução da colheita está três pontos percentuais acima, sendo que até a data de 13 de janeiro, último dia do período de plantio, foram replantados 230,8 mil hectares, equivalente a 5,41% da área total estimada.

Segundo a Aprosoja-MS, entre as regiões produtoras, a central foi a que registrou maior replantio com pouco mais de 100 mil hectares.  Quanto às condições das áreas ainda em desenvolvimento, 81% das lavouras estão em bom estado, 12% em estado regular e 7% em estado ruim. 

O desenvolvimento das áreas varia de acordo com a região e a data de plantio, indo do estádio vegetativo à maturação plena. Até o momento, se mantém a estimativa inicial para o ciclo, com área total de 4,265 milhões de hectares, produção de 13,818 milhões de toneladas e produtividade de 54 sacas por hectare.

A Aprosoja-MS ainda informou que no mercado interno o preço médio da saca de soja com 60 quilos registrou desvalorização de 2,35% entre os dias 16 e 22 de janeiro, sendo cotada ao valor médio nominal de R$ 103,93 na última sexta-feira (19).

Comercialização

Cerca de 35% da soja que deve ser colhida na atual safra foi vendida com antecedência e com isso os produtores conseguiram escapar da recente queda nos preços. O preço médio daqueles que venderam a soja antes mesmo de começar a colheita foi da ordem de R$ 118,00 a R$ 120,00 por saca de 60 quilos. Agora, conforme o último boletim da Aprosoja, o valor médio em Mato Grosso do Sul está em R$ 103,93, sendo que um mês antes estava em R$ 129,00. 

A cotação de agora é a pior em quase quatro anos. Apesar de o valor da venda antecipada ter sido bem inferior ao do ano anterior, quando a saca foi vendida na casa dos R$ 160,00, o percentual vendido agora (35%) está igual ao de safras passadas, já que muita gente fatura a soja para garantir recursos iniciais para o plantio.

A perspectiva de melhora no preço é mínima ao longo dos próximos meses. Somente a partir de maio ou junho, quando forem divulgadas as perspectivas da nova safra nos Estados Unidos, é que o cenário atual pode mudar. Mas, apenas se houver redução da área plantada ou na produtividade no hemisfério norte é que poderia haver alguma reação nos preços. 

Por enquanto, acredita o operador da corretora que comercializa em torno de 15% da produção de Mato Grosso do Sul, esta é a nova realidade dos preços e o produtor que não conseguir esperar até o segundo semestre terá de vender sua produção pelas cotações atuais, que ainda são suficientes para cobrir os custos.

Nem mesmo a possibilidade de quebra na produção em Mato Grosso ou em algumas outras regiões do País devem mudar esse cenário. A Argentina, que na safra passada colheu apenas 23 milhões de toneladas, deve colher 48 milhões, o que vai manter os estoques mundiais em alta.

Além disso, a produção nos três estados do sul do Brasil e do Paraguai, que nos dois anos anteriores tiveram quebra parcial por causa da falta de chuvas, voltará ao normal neste ano, fazendo com que a oferta de soja seja maior que a demanda mundial.

Se não bastasse a produção de agora, ainda tem muita soja do ano passado nos estoques. Ainda existem em Mato Grosso do Sul em torno de 700 mil toneladas de soja da safra passada à venda e, por causa desse medo, esses produtores acabaram perdendo dinheiro no ano passado e agora ajudam a pressionar para baixo as cotações e fazer com que outros também percam faturamento com a nova safra.

Milho

Já a operação de semeadura do milho está adiantada para este período. Os produtores que não conseguiram semear a soja no tempo adequado já deram início ao plantio do milho, o que contribui para essa antecipação.

Esse atraso pode desencadear problemas na safra de milho, pois algumas regiões possuem um risco elevado ao plantar fora da melhor janela de semeadura, que se concentra entre 13 de janeiro e 10 de março.

Eventos climáticos adversos, como estiagem, geada e queda de granizo, podem ocorrer e prejudicar a cultura. Portanto, é crucial que o produtor esteja atento ao zoneamento agrícola de risco climático e verifique o histórico climático da propriedade ou região antes de iniciar a semeadura.

É altamente recomendável evitar o plantio tardio no Estado, pois isso pode resultar em uma queda significativa na produtividade e um aumento nas infestações por cigarrinha, alerta o boletim.

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