Uma intensa onda de frio atinge o Cone Sul da América do Sul neste início de julho, com neve em locais inusitados e temperaturas negativas generalizadas. No Brasil, o frio também bateu recordes e trouxe geada, neve e mínimas generalizadas abaixo de zero.
O inverno de 2025 está finalmente com “cara de inverno”. Desde o fim de junho, uma forte massa de ar polar avança sobre o continente, trazendo temperaturas excepcionalmente baixas e a primeira semana de julho de 2025 ficará marcada por uma onda de frio histórica.
Vários países da América do Sul enfrentam uma onda de frio considerada histórica. No Chile, foram registrados valores mínimos que não ocorriam há até 80 anos. Na Argentina, a neve cobriu 16 das 23 províncias, desde o sul até o norte do país.
Um dos episódios mais impressionantes ocorreu na cidade costeira de Miramar, na província de Buenos Aires, onde a neve chegou à praia, algo que não acontecia desde a nevasca histórica de 1991.
Além disso, o frio bateu recordes em locais do Chile, Argentina e Uruguai, com marcas que não eram superadas de 60 a 80 anos, reforçando o caráter excepcional desta massa de ar polar.
Rio Grande do Sul abaixo de zero
No Brasil, o dia 1º de julho foi emblemático: praticamente todas as cidades do Rio Grande do Sul monitoradas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) registraram temperaturas abaixo de 0°C, com exceção de localidades no litoral e Rio Pardo – onde a mínima foi de 0,4°C.

As anomalias de temperatura mínima foram impressionantes: até 7°C abaixo da média em todo o território gaúcho, grande parte de Santa Catarina e também em áreas da fronteira oeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia.

Durante o mesmo dia, as temperaturas máximas também surpreenderam: 16°C abaixo da média no Mato Grosso, 14°C no leste do Paraná, 13°C no Acre e 10°C no Rio Grande do Sul, fazendo do dia 1º de julho uma das tardes mais frias do ano.
E o frio persiste: o dia 2 de julho também foi marcado por geadas amplas e temperaturas negativas em diversas regiões do país. Em Bagé (RS), a mínima oficial foi de -4,9°C, apenas 1°C mais quente que o recorde histórico de -5,9°C em 1931.

Os moradores do Rio Grande do Sul relatam que ficaram surpresos com o fato que a geada demorou muito para desmanchar. Em muitas cidades as geadas foram observadas até às 10h da manhã.

Estações meteorológicas não oficiais registraram temperaturas mínimas de -9°C em São Joaquim (SC), uma temperatura bastante incomum no Brasil.

A neve também deu as caras: os municípios catarinenses de Urupema, Urubici, São Joaquim e Bom Jardim da Serra registraram o fenômeno, em meio à chuva congelada, outro tipo de precipitação invernal. Este é o terceiro episódio de neve do ano no Brasil.
Além disso, circula nas redes sociais um vídeo inusitado: um quero-quero, a ave símbolo do Rio Grande do Sul, amanheceu com as asas congeladas nesta quarta-feira (2).
O inverno de 2025 está se destacando como um dos mais frios das últimas décadas, tanto no Brasil quanto em todo o Cone Sul. As anomalias de temperatura chamam atenção pela intensidade e abrangência, e os fenômenos típicos do inverno — como geadas e neve — estão ocorrendo com mais frequência e em locais menos comuns.