Em todo feriado prolongado é a mesma coisa em Campo Grande. Como a Capital não tem muitas opções de lazer, quem tem condições financeiras viaja para as cidades turísticas do interior, como Bonito, Corumbá e Rio Verde, ou até para outros Estados, deixando de gastar no próprio município.
No entanto, para quem não tem recursos financeiros sobrando no banco ou embaixo do colchão, a saída é ficar na cidade e tentar a sorte para conseguir visitar o Bioparque Pantanal ou, como a maioria dos moradores, ficar em casa tomando tereré e banho de mangueira.
Ou, para outros, ir passear nos shoppings centers de Campo Grande, andar de bicicleta no Parque dos Poderes, ou fazer caminhada na Lagoa Itatiaia, que ainda está aguardando a revitalização, ou nos parques Jacques da Luz e Ayrton Senna.
Porém, esse cenário pode mudar nos próximos anos, isso porque a prefeita Adriane Lopes (PP) ouviu o clamor popular e, no último dia 28 de agosto, lançou a pedra fundamental para dar início ao projeto de construção do primeiro Parque Turístico Municipal de Campo Grande, às margens da Estrada Municipal CG-060, na região do Ceuzinho, que é cheia de cachoeiras. O local acende uma luz de esperança para o trade turístico e dos aventureiros, pois, com investimento previsto de R$ 9,5 milhões, as obras terão início já no ano que vem.
Conforme projeto, o parque terá 28 hectares de extensão e contará com um complexo turístico completo, com receptivo e toda uma infraestrutura aliada à preservação. Estão previstos quiosques, redários, playgrounds, museus, restaurantes, apoio para trilhas e uma série de atrativos, além de a área ter quatro cachoeiras.
“Para nós, empresários do ramo do turismo que trabalhamos com atividades nesta região, este dia é muito emblemático. Em Campo Grande nós temos uma infinidade de atrativos turísticos, mas nenhum que representasse nossa cidade como local de turismo de natureza. Hoje nós damos um salto e afirmo que não há mais como conter o crescimento do turismo na nossa Capital”, afirmou Cristevan Veloso, empresário e condutor de turismo, que na ocasião representou o segmento.
Ao fazer o lançamento oficial do Parque, a prefeita Adriane Lopes destacou a importância da criação desse complexo para a cidade. “Esse sonho hoje se torna realidade. Sai do coração e da imaginação e transforma-se em passo concreto. Vejo a união de esforços para fazer com que este parque aconteça. Os turistas não irão mais chegar em Campo Grande, pegar uma van e partir para outras localidades. Com este parque eles irão sim, permanecer por um período em nossa cidade. Estamos projetando nossa Capital para o mundo”, disse.
A região onde será construído o parque está inserida na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Córrego Ceroula e foi permutada pela Energisa com a Prefeitura Municipal, a fim de receber o projeto de construção do parque para visitação pública.
“Havia interesse do setor privado em fazer a compra do local, mas nós insistimos para que este espaço fosse ocupado pelo poder público e logo no primeiro contato com a gestão municipal, o projeto já nasceu”, afirmou Marcelo Vinhaes, diretor-presidente da Energisa.
O vereador Carlos Augusto Borges (PSB), o “Carlão”, presidente da Câmara Municipal, definiu a obra como um marco histórico. “É um momento ímpar em que a Câmara participou junto com a Prefeitura e todo o seu secretariado. Esse é um sonho antigo do segmento de turismo aqui de Campo Grande. Uma cidade como Campo Grande precisa de inovação, de novos atrativos. Quem está na gestão tem de ter vontade política e a nossa prefeita tem essa vontade e tem demonstrado isso a cada iniciativa que estamos vendo nos últimos meses. Ela conta com o apoio da Câmara e da sociedade. Este será um marco não apenas na história da nossa cidade, mas também de Mato Grosso do Sul”, pontuou.
Com o Parque Turístico Municipal de Campo Grande, o município pode entrar no rol de outras localidades de Mato Grosso do Sul e de outros Estados, onde o turismo é uma verdadeira máquina de fazer dinheiro, movimentando a economia das cidades, com bares, restaurantes, lanchonetes, hotéis, pousadas, cinemas, teatros, táxi e Uber. Dessa forma, a população pode ter a opção de passar os feriados prolongados na Capital ao invés de sítios, chácaras, fazendas e cidades turísticas do interior.