Contaminação por agrotóxicos em áreas rurais aumenta quase 10 vezes no 1º semestre de 2024

Esses dados fazem parte de um levantamento que será aprofundado no relatório anual da CPT, previsto para ser divulgado em abril de 2025.

O número de registros de contaminação por agrotóxicos nas comunidades rurais aumentou drasticamente no primeiro semestre de 2024, conforme relatório divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) nesta segunda-feira (2). Em comparação com o mesmo período de 2023, o aumento foi de quase 10 vezes, saltando de 19 para 182 casos. Esse crescimento é atribuído principalmente ao aumento da conscientização nas comunidades afetadas, que têm se mostrado mais dispostas a denunciar os danos causados pela pulverização de venenos nas lavouras.

A maior parte dos casos ocorre no Maranhão, onde 156 das 182 denúncias foram registradas. A pulverização aérea de agrotóxicos, comum na região, ocorre especialmente entre os meses de março e maio, período de secagem da soja, quando alguns fazendeiros aplicam produtos químicos para acelerar a colheita. O aumento das denúncias é também reflexo da maior visibilidade do problema, o que tem encorajado as comunidades a se manifestarem contra a prática.

A CPT aponta que muitos dos casos de contaminação são intencionais, com a pulverização sendo utilizada como uma forma de pressão para forçar as famílias a abandonarem suas terras. Essa prática tem sido descrita como uma “guerra química” por afetar diretamente as famílias rurais, que enfrentam a constante ameaça de perderem suas propriedades devido a esses métodos.

Além do aumento da contaminação por agrotóxicos, o relatório da CPT também revelou uma queda no número de conflitos agrários no primeiro semestre de 2024, com uma redução de 1.127 para 1.056 ocorrências. No entanto, os números ainda superam os registros dos anos anteriores. As principais vítimas dos conflitos agrários continuam sendo as comunidades de posseiros e indígenas, que enfrentam disputas constantes pela posse da terra.

O relatório também apontou uma diminuição nos casos de trabalho escravo. Foram registrados 59 casos no primeiro semestre de 2024, com 441 trabalhadores resgatados, uma queda considerável em relação aos 98 casos e 1.395 resgates no mesmo período de 2023.

Esses dados fazem parte de um levantamento que será aprofundado no relatório anual da CPT, previsto para ser divulgado em abril de 2025. ( com inf do G1)

Facebook
Twitter
WhatsApp

Leia Também