Celebridades espalharam 20% das notícias e informações falsas sobre covid na internet

Famosos como Madonna e Milton Neves são responsáveis por 70% do engajamento em postagens com mentiras sobre a pandemia
Madonna compartilhou notícia falsa sobre hidroxicloroquina, em que uma médica defendia seu uso contra a covid-19 – Foto: Reprodução

Uma pesquisa feita pelo Reuters Institute, da Universidade de Oxford, mostrou que celebridades, políticos e figuras públicas foram responsáveis por espalhar cerca de 20% das notícias falsas sobre o coronavírus em 2020, gerando cerca de 70% do engajamento sobre o assunto nas redes sociais. Esse tipo de situação acaba gerando no público uma espécie de “aval” para que ele não tome os cuidados necessários para combater a pandemia.

Celebridades e influenciadores de rede, quando espalham desinformação sobre a pandemia, como mostra a pesquisa, o fazem basicamente por um dos dois seguintes motivos: por desinformação, por receberem uma notícia falsa, a reputarem como verdadeira e espalharem sem checar a veracidade de seu conteúdo.

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Ou por deliberada ação política, com o intuito de defender, por exemplo, o tratamento por meio de medicamentos de eficácia não comprovada, ou de querer atribuir a terceiros de outra classe social o espalhamento da doença.

Veja abaixo alguns exemplos de celebridades que auxiliaram na propagação de notícias falsas sobre a covid-19 nas redes sociais.

1 – Madonna

Em 2020, a cantora Madonna surpreendeu a todos quando postou um vídeo viral em suas redes sociais em que uma médica americana chamada Stella Immanuel fala sobre a hidroxicloroquina e sua suposta eficácia no combate ao novo coronavírus. Assim que possível, o Instagram marcou a postagem como notícia falsa. Na legenda do vídeo, a cantora disse que algumas pessoas não queriam ouvir “a verdade”, especialmente as que lucravam com a busca pela vacina. 

A publicação da cantora chocou os fãs. Afinal, ela mesma tinha sido diagnosticada com a doença no ano passado e tinha doado US$ 1 milhão para uma campanha em busca de fundos para acelerar as pesquisas por uma vacina.

2 – Leda Nagle

Na última semana, a jornalista Leda Nagle se desculpou por ter espalhado a notícia falsa de que o ex-presidente Lula e ministros do STF planejavam matar Bolsonaro. Não foi a primeira vez que ela contribuiu para a desinformação.

Em dezembro do ano passado, Nagle postou um vídeo em sua rede social para falar sobre sua própria recuperação após ter adquirido o novo coronavírus. Ela afirmou que a ivermectina atuou no controle dos sintomas da doença que experimentou, o que não tem qualquer comprovação científica: a forma como evoluem os sintomas da covid em cada indivíduo varia muito, e o fato de um paciente ter recebido ivermectina e apresentado melhoras não comprova a eficácia da droga no tratamento. 

“Vitamina D em dose cavalar, direto, tudo isso eu fiz, zinco, ivermectina de quinze em quinze dias. Agora é o seguinte: os médicos admitem, eu falei com vários, eles foram muito atenciosos, que a ivermectina de quinze em quinze dias pode ter ajudado meus sintomas a não serem tão fortes”, disse.

3 – Roberto Justus

O apresentador e empresário Roberto Justus também compartilhou informações falsas em 2020 ao dizer, em um áudio que vazou de um grupo de WhatsApp, que a covid-19 era comparável a outras gripes. Na mensagem, ele também criticava o isolamento social.

Depois, ele se disse arrependido de ter minimizado a pandemia. Mas, mesmo assim disse que os impactos da doença eram “aumentados” pela imprensa.

4 – Milton Neves

Em abril de 2020, o apresentador Milton Neves compartilhou em uma rede social um tuíte em que comparava a doença ao comunismo. “As duas grandes desgraças do mundo: o comunismo e o coronavírus”, disse em post que foi compartilhado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

5 – Daniel Cady

O nutricionista Daniel Cady, marido de Ivete Sangalo, disse durante uma live com a atriz Regina Casé que ele e a família tinham testado positivo para covid-19, após terem sido infectados pela cozinheira da casa. “A covid chegou por uma funcionária, uma cozinheira. O que a gente pode fazer, a gente fez”, afirmou.

Depois da repercussão de sua fala, ele foi às redes sociais pedir desculpas. “De forma alguma eu quis julgá-la ou culpá-la. Eu não posso, realmente, afirmar que foi ela. Pois a gente não tem certeza. O que sabemos é que a funcionária foi a primeira a sentir os sintomas”, disse.

Fonte: Brasil de Fato

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