Oral é sexo: termo “preliminar” pode reforçar o culto ao pênis

Sexóloga explica que chamar práticas como sexo oral de “preliminar” pode reforçar ideia de que uma transa só acontece com penetração

Thamara Maria

Quando você pensa em preliminar, o que vem à sua cabeça? Se a resposta for “sexo oral” ou até mesmo a famosa “dedada”, talvez seja a hora de repensar. Afinal, pensar nessas práticas como algo que precede o “sexo de verdade” e não como uma parte dele, invalida a transas que não têm presente um pênis e a penetração.

De acordo com a psicóloga e sexóloga Alessandra Araújo, não existem etapas na relação sexual. Logo, o sexo oral e a masturbação são processos pertencentes ao sexo, e não uma simples preparação para ele.

“Se fosse assim, como ficaria o sexo lésbico, por exemplo? Ou mesmo o sexo em que o homem gosta de ser passivo ou não está no contexto da penetração por qualquer motivo que seja? Ali existe o sexo, existe uma transa, independente de pênis ou penetração”, afirma.

Para a especialista, um exemplo claro disso é a massagem tântrica. “Ela trabalha muito mais o envolvimento e a entrega corporal dos envolvidos. E chegamos ao orgasmo sem que haja um pênis envolvido. Não precisamos de um falo para ter ou dar prazer”, elucida.
Dessa forma, o que seriam as preliminares, de fato? Alessandra explica que elas são tudo aquilo que é feito para mostrar à parceria que você está interessado(a) em fazer sexo.

“Uma foto erótica, uma mensagem ou um beijo mais caliente antes de ir trabalhar, um almoço fora sem data especial, chamar para um banho juntos, abrir um vinho… Tudo isso pode, sim, ser considerado como uma preliminar. Sexo oral, não. Oral é sexo”, finaliza.

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