MOSCOU — A Rússia aprovou, neste sábado, uma terceira vacina contra a Covid-19 para uso doméstico, afirmou o primeiro-ministro Mikhail Mishustin na TV estatal, embora os ensaios clínicos em grande escala do imunizante, rotulado CoviVac e produzido pelo Centro Chumakov, ainda não tenham começado.
A Rússia já aprovou duas vacinas contra a Covid-19, incluindo a Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Moscou, que seguiu uma abordagem semelhante de aprovação antes de apresentar qualquer resultado de teste em estágio final.
A Sputnik V foi aprovada em agosto e os testes em estágio final começaram em setembro. A vacinação em massa iniciou em dezembro, depois que resultados preliminares mostraram que a vacina apresentou 91,4% de eficácia.
Desde então, mais de dois milhões de russos foram vacinados com pelo menos a primeira dose do imunizante, disse o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, em 10 de fevereiro.
A vacinação com um segundo imunizante, desenvolvido pelo Vector Institute em Novosibirsk, está começando.
Sobre a CoviVac
O Centro Chumakov, no qual a terceira vacina russa aprovada foi produzida, foi fundado em 1955 em São Petersburgo por Mikhail Chumakov, e é conhecido por seu trabalho com o cientista norte-americano Albert Sabin no auge da Guerra Fria, que levou à produção da amplamente usada vacina contra a poliomielite.
Ao contrário da Sputnik V, que usa um vírus do resfriado inofensivo modificado, que induz o corpo a produzir antígenos para ajudar o sistema imunológico a se preparar para uma infecção por coronavírus, a vacina CoviVac é uma vacina feita de um coronavírus que foi inativado ou que perdeu sua capacidade de se replicar.
— A vacina que desenvolvemos reflete toda a história russa da ciência das vacinas, bem como a global — disse o diretor do Centro Chumakov, Aidar Ishmukhametov, neste sábado.
A CoviVac é administrada em duas doses, com 14 dias de intervalo. Ela deve ser transportada e armazenada em temperaturas normais de geladeira, de 2 a 8 graus Celsius, afirmou a vice-primeira-ministra Tatiana Golikova, em um comunicado do governo em janeiro.
Fonte: O Globo