Já ouviu falar nas “Mad skills”? Saiba como os hobbies podem ajudar na sua carreira

“Mad skills”: quem já ouviu falar nas habilidades incríveis ou fora de série? Elas estão relacionadas às experiências, interesses pessoais e hobbies que uma pessoa têm e que podem agregar para seu desenvolvimento profissional.

“As mad skills, na mesma linha das soft skills, são habilidades comportamentais, mas neste caso a pessoa as desenvolve a partir de um hobbie, um interesse pessoal”, explica Filipe Colombini, psicólogo especializado em Acompanhamento Terapêutico e CEO da Equipe AT. “Vamos pensar em alguém que atua em stand ups. Essa pessoa, por exemplo, precisa lidar com situações como exposição social, julgamentos, planejamento de discurso, improvisos, etc, e toda essa aprendizagem pode ser utilizada no dia a dia laboral”, continua. “É importante lembrar que, obviamente, as habilidades técnicas para o trabalho são fundamentais, porém, estas são moldadas justamente a partir das habilidades comportamentais e, portanto, a forma como a pessoa se organiza, toma decisões, planeja metas e lida com a ansiedade e o medo também precisam ser minuciosamente avaliadas na hora da contratação”, conclui.

Qual é a origem das “Mad skills”?

Segundo Colombini, as “Mad skills” são desenvolvidas no dia a dia nos mais diversos ambientes, como escola, universidade e trabalho, sempre a partir de um hobbie, que pode ser desde fotografia até andar de skate ou jogar RPG. “O ser humano interage em contextos múltiplos e quem faz a aplicação e direcionamento das habilidades para determinados ambientes somos nós, portanto, em qualquer situação de exposição e interações com pessoas, sempre há ganhos em aprendizagem social”, diz o especialista.

Por quê as “Mad skills” estão em alta no mercado corporativo?

Filipe Colombini avalia que, especialmente após a pandemia da Covid-19, o trabalho tem exigido cada vez mais tarefas em equipe, resolução inovadora e criativa de desafios e grande capacidade de adaptação a mudanças e cenários incertos.

Ele destaca, ainda, que atitudes como saber se comunicar, trabalhar sob pressão e ser flexível na resolução de problemas, por exemplo, afetam diretamente os relacionamentos e a produtividade de toda a equipe.

“E a tudo isso soma-se o fato de que, cada vez mais, as tecnologias, como as ferramentas de inteligência artificial, vêm automatizando muitas tarefas que antes eram realizadas por pessoas, o que faz com que as habilidades interpessoais sejam ainda mais valorizadas”, diz o psicólogo.

Além disso, o boom de faculdades que funcionam no formato EAD (ensino à distância) também favorece a valorização das habilidades comportamentais, já que exigem do aluno uma capacidade de auto gestão e controle do tempo e organização (soft skills), aliadas ao conhecimento técnico.

Como aflorar suas “Mad skills”?

As habilidades comportamentais vão sendo desenvolvidas ao longo das diversas situações da vida, porém, naturalmente, algumas pessoas têm maior dificuldade nesse aspecto.
Isso pode ocorrer em função de diversos fatores, como, por exemplo, pelo fato de alguns indivíduos terem déficits em habilidades sociais, emocionais ou mesmo por serem portadores de transtornos psiquiátricos.

A boa notícia é que é provado pela neuroplasticidade que todo ser humano pode desenvolver novas habilidades. O trabalho do psicólogo que atua como AT (Acompanhante Terapêutico) contribui muito nesse sentido, já que este profissional tem atuação nos ambientes do paciente, conseguindo colocar em prática estratégias eficazes para cada contexto.

“O AT oferece suporte dedicado, individualizado e totalmente adaptado às necessidades específicas de cada indivíduo, atuando em conjunto com seu núcleo familiar e equipe multidisciplinar, para alcançar os melhores resultados e progresso terapêutico”, diz Colombini. “Ao atuar como um mediador social, incentivando a participação do paciente em atividades em grupo e ajudando-o a compreender em profundidade as dinâmicas sociais, o AT colabora diretamente para o desenvolvimento das suas habilidades comportamentais, sejam elas soft ou mad skills”, conclui.

Mais sobre Filipe Colombini: psicólogo, fundador e CEO da Equipe AT, empresa com foco em Acompanhamento Terapêutico (AT) e atendimento fora do consultório, que atua em São Paulo (SP) desde 2012. Especialista em orientação parental e atendimento de crianças, jovens e adultos. Especialista em Clínica Analítico-Comportamental. Mestre em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP). Professor do Curso de Acompanhamento Terapêutico do Grupo Interdisciplinar de Estudos de Álcool e Drogas – Instituto de Psiquiatria Hospital das Clínicas (GREA-IPq-HCFMUSP). Professor e Coordenador acadêmico do Aprimoramento em AT da Equipe AT. Formação em Psicoterapia Baseada em Evidências, Acompanhamento Terapêutico, Terapia Infantil, Desenvolvimento Atípico e Abuso de Substâncias.

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