Não há “planeta B”: Brasil sedia encontro internacional sobre saúde planetária

Evento compartilha alternativas para combater a degradação ambiental e os impactos humanos na saúde da vida na Terra

Mudanças climáticas, ondas de calor, de frio e o surgimento de pandemias, como a causada pela covid-19, são exemplos de desequilíbrios da saúde planetária, tema de um encontro internacional organizado no Brasil este ano.

Desde o último domingo (25) até a próxima sexta-feira (30), especialistas de diversas áreas e quase 5 mil participantes de mais de 100 países participam da quarta edição do Encontro Anual de Saúde Planetária (Planetary Health Annual Meeting and Festival, em inglês). 

O objetivo do evento é dialogar sobre as soluções possíveis na economia, na governança e na sociedade civil para os problemas mais urgentes do planeta, além de unir o conhecimento de diversas áreas na busca por ações concretas.

“Nós todos estamos envolvidos nisso. Todas as profissões, todas as pessoas, todos os países. Basta existir neste planeta que causamos algum impacto. O problema é não trabalharmos para diminuir isso”, pontua Antonio Mauro Saraiva, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do encontro.

O professor explica que o termo saúde planetária abrange as preocupações com os impactos da sociedade humana no planeta e como esses impactos também causam repercussões na própria vida das pessoas. “Isso depois retorna para a gente e, em geral, de um jeito enviesado, por meio de mudanças climáticas, ondas de calor, covid-19”, exemplifica. 

Com o tema “Saúde Planetária é Saúde planetária para todos: Unindo comunidades para alcançar a Grande Transição”, a reunião anual é um passo importante para traçar alternativas. Os participantes do encontro também vão compartilhar ações em andamento que estão mudando a relação humana com o planeta.

Em um dos eixos do debate, há destaque para ciência, histórias, soluções e comunidades que propõem mudanças. Além da defesa de valores humanos, o conhecimento também é um pilar para o entendimento da saúde planetária.

“Há muitas formas de conhecimento. Conhecimentos tradicionais, indígenas e mesmo concepções de fé que trazem os valores à tona, como base para as nossas ações. São coisas que temos que trazer de novo, resgatar tudo isso”, ressalta Mauro Saraiva.

Ainda há tempo para inscrições no evento. Para quem não puder acompanhar em tempo real ou quiser fazer consultas futuras, o material ficará disponível na plataforma da iniciativa.

É a primeira vez que o encontro acontece no Sul Global. O evento é organizado pela Planetary Health Alliance e pela USP de maneira totalmente virtual, por conta das medidas de prevenção à propagação do coronavírus. 

Assista ao vídeo produzido pela Planetary Health Alliance

Edição: Poliana Dallabrida

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