Até 20 mil metros cúbicos de areia no Canal de Suez, no Egito, precisam ser removidos para retirar o gigantesco navio porta-contêineres que está encalhado desde terça-feira, de acordo com as autoridades do canal.
A embarcação Ever Given, um navio quase tão longo quanto a altura do Empire State Building, encalhou no canal egípcio depois de ser atingido por ventos de 40 nós e uma tempestade de areia que causou baixa visibilidade e dificuldade de navegação.
Ao menos oito rebocadores trabalham no socorro de um navio que encalhou na terça-feira (23) no Canal de Suez, no Egito, e está bloqueando o trânsito numa das vias mais importantes para o tráfego fluvial do mundo.
O navio, que pesa mais de 200 mil toneladas, encalhou depois que foi atingido por rajadas de vento por volta das 7h40 (2h40, no horário de Brasília) de terça-feira. Ele ia do Mar Vermelho para o Mediterrâneo, mas rua rota era da China para a Holanda.
O navio Ever Given, operado pela empresa de logística Evergreen, tem 400 metros de comprimento, 59 metros de largura e pode transportar até 20 mil contêineres de 6 metros.
Outros 15 navios que iam ao norte do canal tiveram de ser ancorados até que a via ser liberada. Um comboio que ia para o sul também foi bloqueado. A Autoridade do Canal de Suez (SCA) não comentou o caso.
Fluxo do canal
Segundo a SCA, cerca de 12% do volume do comércio mundial passa pelo canal artificial. Em 2020, passaram pela via quase 19 mil navios, com uma tonelagem líquida de 1,17 bilhão de toneladas. Isso dá uma média de 51,5 navios por dia.
Petroleiros se aglomeraram perto do Canal de Suez enquanto esperavam a movimentação dos navios. “Isso pode ter um impacto muito grande no frete. Se durar mais, pode levar a atrasos nos embarques nos dois sentidos”, disse um corretor de navios de Cingapura.
O impacto sobre os fluxos de petróleo e gás dependerá de quanto tempo levará para limpar o navio, segundo fontes da indústria.
“Se se estender por semanas é claro que interromperá todos os embarques de uma forma importante”, disse Ashok Sharma, diretor-gerente da corretora de navios BRS Baxi, com sede em Cingapura.
“Mas acho que deve haver recursos suficientes disponíveis para lidar com a situação rapidamente, em dias ao invés de semanas”, completou..
Dois navios metaneiros (que transportam gás natural liquefeito) estão presos no canal, incapazes de atravessá-lo. A previsão é de que nesta quinta-feira (25) o número aumente para seis embarcações presas no canal artificial do Egito, segundo corretor de navios que está em Cingapura.