Em entrevista à Rádio Hora, Tony Ueno detalha resultados de pesquisas para eleições de 2024

Radio Hora

Ao participar nesta segunda-feira (5) do Programa Jornal da Hora, da Rádio Hora, de Campo Grande (MS), o cientista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, comentou sobre os resultados das pesquisas realizadas nas cidades de Sidrolândia, Nioaque, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Bonito, Bodoquena e Miranda.

“Dentro de uma semana, nós fizemos esses sete municípios e começamos a ver que já existem algumas tendências para as eleições do ano que vem nessas localidades. Por exemplo, o PSDB, com mais de 40 prefeitos, o PP, que está aí com a senadora Tereza Cristina, e o PT são os três partidos que estão ganhando um destaque maior para as eleições do ano que vem”, informou.

Para Tony Ueno, o PSDB sai na frente com uma larga vantagem devido ao fato de já estar no poder há quase nove anos. “Além disso, o partido tem muitos prefeitos com boas avaliações. Desses sete municípios, por exemplo, somente o de Guia Lopes da Laguna teve uma avaliação negativa e ele é do PSDB, enquanto o restante das prefeituras, que são administradas pelo PSDB, os prefeitos receberam avaliações positivas”, reforçou.

O cientista político disse ainda que a extrema direita e a direita, que contam com o apoio do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), também estão com uma tendência muito forte para as eleições do ano que vem. “Já o PT depende muito da questão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Se o Lula for bem, o PT vai conseguir fazer várias prefeituras, mas, se o Lula não conseguir fazer um bom governo, terá problemas”, avaliou.

Ele disse que, por enquanto, está zero a zero, pois o PT não conseguiu ainda um grande destaque em nível nacional. “O PT de Mato Grosso do Sul não é diferente, mas nós temos aqui o deputado federal Vander Loubet, que é um grande articulador do PT, junto com o deputado estadual Zeca do PT, que são pessoas tradicionais que estão aí também movimentando o partido”, argumentou.

Com relação ao MDB, o diretor do Grupo Ranking lembrou que o partido se desgastou ao longo do tempo. “Nós estivemos em Miranda e lá ainda tem o Diogo Bossay, que ainda aparece bem nas pesquisas, mas é o único do MDB nesses sete municípios com um grande destaque. Nós temos aqui em Sidrolândia também um candidato forte do MDB, que é o ex-prefeito Daltro Fiuza, mas, por enquanto, mas tudo indica que ele está inelegível, então, resta apenas Miranda”, pontuou.

A respeito da movimentação da aproximação do MDB com o PSDB, o cientista político revelou que muitas pessoas estão saindo do partido. “Essas pessoas pensam assim: eu não vou ter espaço se o MDB se coligar com o PSDB para ser candidata, então, vou procurar outras siglas. Portanto, salvo alguns municípios onde devemos ter uma disputa ferrenha contra esse grupo formado pelo PP e PSDB, no resto, esses dois partidos devem levar a maioria das prefeituras”, adiantou.

Manutenção da hegemonia

Tony Ueno reforçou que a tendência para 2024 é que esse grupo continue dominando a maioria das prefeituras de Mato Grosso do Sul e, portanto, terão de disputar algumas prefeituras entre si. “Veja bem, vamos começar por Campo Grande, onde a prefeita Adriane Lopes se filiou ao PP e o PSDB tem como pré-candidato declarado o deputado federal Beto Pereira. Anos atrás, houve uma disputa ferrenha lá em Terenos entre a Tereza Cristina e o Beto Pereira, sendo que ele ganhou a eleição lá, todavia, após a eleição, houve algum contratempo e isso magoou muito a senadora e dizem nos bastidores que isso está engasgado na garganta da senadora”, informou.

O cientista político projetou que essa animosidade entre ambos pode repercutir nas eleições de Campo Grande. “A gente vê que a Tereza está realmente empenhada na reeleição da prefeita da Capital, que, embora a administração esteja ainda a passos lentos devido à situação complicada que herdou do ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD), ela não tem rejeição. Então vai ser uma disputa em Campo Grande muito acirrada entre esses dois grupos aliados se não houver um acordo”, adiantou.

Ele também pontuou que, muitas vezes, os partidos fazem acordos políticos para determinadas eleições, mas, esquecem de combinar com a população. “Eu já disse aqui na entrevista anterior que Campo Grande é uma cidade onde a população gosta muito da política, participa e entende do assunto. A disputa em Campo Grande vem de anos atrás e essa tradição continua. Então, nós imaginamos que vai ser uma disputa muito acirrada o ano que vem aqui em Campo Grande”, projetou.

O diretor do Grupo Ranking lembrou que Beto Pereira é um excelente candidato, é deputado federal, foi duas vezes prefeito de Terenos, fez excelente administração e é filho de um homem digno, um ex-senador da República, que é o Walter Pereira, uma pessoa idônea. “Tem um passado brilhante, enquanto a atual prefeita Adriane Lopes deve estar no segundo turno devido à máquina administrativa, dos bons secretários nomeados e do apoio dos professores convocados. Então tem existe toda uma dinâmica que pode estar influenciando nas eleições do ano que vem. Sem falar que o PT deve ter candidatura forte aqui também”, ressaltou.

Tony Ueno ainda incluiu o PL, que já está ensaiando para lançar candidatura em Campo Grande do deputado federal Marcos Pollon. “Isso vai se refletindo nos acordos no interior. Porque Campo Grande pode criar uma onda para as eleições nos municípios do interior. Nesse sentido, vamos fazer agora os municípios em volta da Capital para verificar se a onda criada aqui chegou a esses municípios do entorno, como em Ribas do Rio Pardo, que está com esse grande empreendimento de bilhões de dólares”, acrescentou.

O cientista político quer saber como está o prefeito lá em Ribas do Rio Pardo, em Nova Alvorada do Sul, que também é uma cidade em crescimento. “Vamos fazer Terenos, Bandeirantes, Jaraguari, ou seja, esses municípios em torno da Capital para saber o que tem refletido essas decisões tomadas aqui. Após esses sete municípios nós iremos expandir, nós fazer Dourados, Porto Murtinho e Corumbá, que são municípios mais distantes, porém, emblemáticos, como Três Lagoas e Coxim também. Então, o objetivo do Instituto Ranking é fazer levantamento nos 79 municípios e poder contribuir com a democracia para que a população fique bem informada do que está acontecendo em cada município do Estado”, argumentou.

Informações relevantes

Ainda durante a entrevista, ele citou que as pesquisas levantam também situações interessantes além da parte política, como, por exemplo, a questão do meio ambiente, que preocupa os moradores de Nioaque, Jardim, Bonito e Bodoquena. “Nesses municípios, a população está preocupada com o fato de os produtores rurais estarem plantando soja na beira dos rios e das nascentes que alimentam o complexo turístico da região, como as cachoeiras e os rios cristalinos. São dados que a gente vai levantando e repassando para a população, publicando em nossos sites essas informações para que as pessoas comecem a comentar para tomar as decisões em relação à política do ano que vem”, revelou.

Segundo o diretor do Grupo Ranking, essas informações são relevantes para Mato Grosso do Sul, que é um Estado muito rico. “Mato Grosso do Sul é quase um Paraguai, uma a economia forte quase o PIB da Bolívia, isso aqui é uma potência. Nós alimentamos o mundo, então, Mato Grosso do Sul realmente é um Estado diferente, onde cada um dos 79 municípios tem a sua importância. Muitas vezes, quando divulgamos uma pesquisa, nós estamos procurando repassar para a população dados importantes para que possa fazer a escolha certa dos gestores que vão contribuir para o desenvolvimento da sua cidade”, pontuou.

Tony Ueno reforçou que as pesquisas também levantam os problemas de cada um dos municípios, que têm problemas diversos. “Em Sidrolândia mesmo, nos assentamentos, onde choveu no dia que a equipe esteve na região, a preocupação dos assentados era com as condições das estradas vicinais e com as pontes, que estão sendo recuperadas agora com a estiagem. Uma preocupação diferente da apontada pelos moradores de Bonito, Jardim e Bodoquena, que focaram na questão do meio ambiente”, comparou.

Outro detalhe apontado pelo cientista político foi a questão da Rota Bioceânica, que está na boca do povo e precisa de decisões importantes. “Por exemplo, você pega uma BR-060 e verifica que não está conservada, não tem acostamento, não tem pontos de ultrapassagens, enfim, cadê a atuação do Governo Federal para recuperar essa rodovia, cadê a movimentação da bancada federal para exigir mais investimentos nessa via que fará parte rota? Hoje, nós temos de concreto só a ponte sobre o Rio Paraguai, que ainda foi um trabalho do ex-ministro Carlos Marun junto à Itaipu Binacional e do governo do Paraguai”, lamentou.

Em Mato Grosso do Sul, conforme ele, as condições das rodovias continuam preocupantes, com buracos e sem acostamento. “O Governo Bolsonaro, nos últimos quatro anos, não investiu nesse sentido em Mato Grosso do Sul, que, embora seja um Estado do agronegócio, que teve uma importância muito grande para a gestão dele, não recebeu os investimentos em nossas rodovias. Esperamos que o Governo Lula faça esses investimentos que a população precisa. Somente com pesquisas nesses municípios ao longo da Rota Bioceânica é que você consegue mensurar como as informações sobre essa rota estão chegando à população. Afinal, hoje só se escuta falar muito dos números, mas as pessoas que circulam por ela não sabem, na maioria das vezes, do que se trata”, alertou.

Na avaliação de Tony Ueno, as pesquisas devem ajudar para que as discussões sobre a Rota Bioceânica sejam mais aprofundadas. “Por exemplo, nós vamos exportar soja, milho, carne, papel e celulose através da Rota Bioceânica. Porém, o que esses caminhões vão trazer de volta para Mato Grosso do Sul? Eles vão voltar vazios dos portos do Chile? Eu fiz essa pergunta no debate que teve a respeito da Rota Bioceânica para saber se Mato Grosso do Sul vai ser só um corredor ou se nós vamos ter aqui empresas para a montagem, por exemplo, de celulares, motocicletas, patinetes e outros produtos que podem vir da China, do Oriente Médio, da Rússia ou da parte dos Estados Unidos que fica no Oceano Pacífico”, sugeriu.

Para o diretor do Grupo Ranking, é preciso aprofundar essa discussão para que esses municípios que serão cortados pela Rota Bioceânica sejam beneficiados. “Essas cidades precisam receber os investimentos que estão sendo previstos com a implantação dessa rota, pois, hoje, a gente só vê discussão”, finalizou.

Veja a entrevista completa:

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