Erros que comprometem espaços pequenos e como evitá-los

Planejamento e escolhas estratégicas ajudam a otimizar espaços compactos sem comprometer funcionalidade e conforto

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Pequenos erros resultam em ambientes visualmente menores, com a circulação prejudicada, além da sensação de desorganização | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela

Quem nunca adentrou uma sala pequena e esbarrou, sem querer, na quina dos móveis, derrubou objetos no chão ou mesmo se deparou com uma grande peça que não parecia se encaixar ali? Essas são algumas das situações vividas em espaços não planejados, equívocos cometidos principalmente em residências mais compactas, que comprometem o conforto desejado dentro do lar. Com esse cenário, o arquiteto Paulo Tripoloni enfatiza que a otimização destes ambientes está entre os maiores desafios da arquitetura e do design de interiores.

Cada detalhe conta quando estamos lidando com espaços reduzidos e uma simples escolha errada torna a área ainda menor. Mas isso não significa que vivemos em meio ao incômodo, já que o planejamento do layout transforma esse cenário. Morar em lugares mais amplos é ótimo, mas não é a única solução”, diz o profissional à frente do Atelier Paulo Tripoloni

Problemas com a mobília

É muito fácil sobrecarregar os ambientes com móveis pouco práticos e selecionados apenas pela estética ou grandiosidade. A questão está em definir prioridades. “é preciso escolher bem o que realmente faz sentido no nosso dia a dia. Esse pensamento já nos corta os excessos”, comenta Paulo.

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Neste apartamento realizado pelo arquiteto Paulo Tripoloni, soluções flexíveis foram implementadas para aprimorar a área disponível e aumentar a circulação na sala de estar. Em destaque, a multifuncionalidade do rack acoplou a mesa do home office, aberta quando necessário. Para fechar, o móvel ainda acomoda os dois banquinhos revestidos em couro | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela

Para o profissional, investir na marcenaria sob medida é a solução para quem precisa extrair o aproveitamento máximo do espaço, pois ela é projetada especificamente para atender às demandas em questão. Além disso, móveis multifuncionais, como sofás-camas e mesas retráteis, ajudam a maximizar a utilidade do espaço sem comprometer o conforto. “É fundamental sempre considerar o propósito daquilo que é definido”, ressalta.

A compartimentação entre os cômodos

Apesar da integração de ambientes ser uma forte tendência da arquitetura atual, muitos apartamentos e casas antigas ainda apresentam divisões excessivas que comprometem a fluidez e a percepção de amplitude. “Interligar cozinha e sala de estar é uma boa resolução”, sugere Paulo Tripoloni. Outra possibilidade está em conectar as salas de estar, jantar e varanda.

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A má distribuição dos elementos também cria barreiras visuais e físicas | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela

Desconsiderar o uso de espelhos

Outro erro frequente relatado pelo profissional está na aplicação incorreta dos espelhos. Quando bem-posicionados, refletem a luz e entregam a ilusão de profundidade – que por sua vez também fortalecem a ideia de um ambiente maior, leve e mais arejado. Mas para que o tiro não saia pela culatra, o arquiteto indica a instalação em paredes estratégicas, como em frente às janelas ou na lateral de corredores e halls de entrada. “O exagero também deve ser ponderado”, sugere.

Cores inadequadas

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A continuidade visual pode ser trabalhada com a aplicação da mesma cor em paredes e teto | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Divulgação

As cores influenciam diretamente nos ambientes e para os compactos o arquiteto alerta que os tons escuros e contrastes intensos podem ‘fechar’ um ambiente, tornando-o visualmente menor, enquanto as paletas neutras, claras e com acabamentos uniformes entregam o efeito oposto. Para evitar um efeito monótono, ele gosta de explorar texturas e pequenos pontos de cor em detalhes da decoração. “Uma base branca, combinada com elementos pontuais de cor, traz equilíbrio que precisamos para nos sentirmos bem”, aconselha.

Excesso de elementos decorativos

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A escolha de móveis com nichos embutidos coopera no intuito de ter tudo no lugar | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Adriano Escanhuela

Embora na arquitetura de interiores seja essencial para conceder personalidade ao espaço, o excesso de elementos polui visualmente o ambiente e causa a sensação de aperto. Apostar em um design minimalista, com poucos itens de destaque, é uma escolha inteligente. “Uma obra de arte bem escolhida, os livros favoritos, colecionáveis ou itens de viagem tem grande impacto, mas é preciso que exista uma conexão entre eles”, sugere Paulo.

Para tanto, é importante destacar o uso do aproveitamento vertical das paredes através de nichos e prateleiras – recursos valiosos para manter a ordem.

Falta de atenção à ergonomia

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No home office, é essencial escolher cadeiras ergonômicas e garantir uma altura adequada da mesa para evitar problemas posturais | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Divulgação

Além de comprometer o bem-estar, a ergonomia inadequada prejudica a saúde dos moradores. De acordo com Paulo, alguns pontos de atenção incluem:

·         Altura correta de cadeiras, mesas e bancadas;

·         Espaço mínimo para circulação entre móveis;

·         Distância ideal de 30 cm entre o assento da banqueta e a parte inferior da bancada.

Falta de aproveitamento da iluminação natural

Condição sine qua non para a vida humana, a presença da luz natural costuma ser prejudicada devido à instalação de cortinas pesadas, móveis posicionados em frente às janelas ou pela falta de aberturas adequadas. Soluções como clarabóias, elementos de vidro e esquadrias amplas potencializam a iluminação zenital e melhoram a comodidade visual do ambiente.

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Optar por cortinas leves e translúcidas são decisões que prestigiam a iluminação natural sem comprometer a privacidade | Projeto Atelier Paulo Tripoloni | Foto: Divulgação

Sobre o Atelier de Arquitetura Paulo Tripoloni

Para o arquiteto Paulo Tripoloni, nascer na maior cidade da América Latina o fez refletir, desde cedo, sobre o lugar do homem nas cidades – o morar, o viver e o trabalhar. Morar em São Paulo despertou nele o olhar atento aos detalhes, necessidades e a força que a urbanidade trazia. Encontrou na arquitetura minimalista uma de suas inspirações para realizar projetos que buscam atender às necessidades da vida contemporânea por meio de ambientes funcionais, belos e ecologicamente responsáveis que conectem cada cliente ao que, de fato, é essencial para cada um.

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