Escavadeiras e agentes funerários são contratados para cemitérios em SP

Prefeitura de São Paulo iniciou um esquema emergencial para atender a alta demanda de enterros das vítimas da Covid-19
Reprodução

Por conta do aumento diário do número de mortes de Covid-19 e em preparação para um cenário pior, a Prefeitura de São Paulo iniciou um esquema emergencial para atender a alta demanda de enterros das vítimas da doença, nos 22 cemitérios da capital paulista. Estão sendo contratados mais agentes funerários, máquinas de escavação e postes de luz.

No maior cemitério da América Latina, o de Vila Formosa, na zona leste da capital paulista, o número de enterros triplicou em comparação com o período anterior ao da pandemia. Foram registrados 1.990 sepultamentos e cremações, entre os dias 11 de março e a última quarta-feira (17), segundo boletim informativo municipal.

De acordo com um contrato de aditamento a que a CNN teve acesso e que foi assinado, nesta quinta-feira (18), um acréscimo de 35 funcionários terceirizados foi feito para realização de sepultamentos. O valor contratual original era de R$ 3.839.976,00 e com o aumento de 25%, que equivale a R$ 959.994,00, passa a ter um valor total de R$ 4.799.970,00 para 175 sepultadores.

Em comunicações administrativas, a Comissão Permanente de Licitação do Serviço Funerário do Município solicitou com urgência, também no dia de hoje, a contratação de locação com início imediato de seis mini-escavadeiras com operador e combustível, para serviços de abertura de covas para sepultamento e de exumação de ossos.

A melhor proposta comercial analisada apresentou um valor estimado mensal de R$ 171.532,00, pelo período de até 180 dias. Por conta do terreno dos locais, o maquinário será utilizado em seis cemitérios: Formosa I e II, Itaquera, São Pedro, São Luiz e Cachoeirinha.

Em paralelo, a gestão municipal iniciou, ontem (17), um processo para a contratação imediata de oito torres de iluminação. A medida busca possibilitar que serviços de abertura de valas e sepultamentos em todos os cemitérios municipais ocorram 24 horas por dia. A Prefeitura aguarda retorno de propostas de empresas interessadas.

Nos documentos apresentados sobre as escavadeiras e a iluminação extra, a justificativa é a mesma e trata a previsão de afastamento dos servidores que fazem parte do grupo de risco e considera a escassez de 108 sepultadores, sendo 55 em trabalhos administrativos e 53 afastados em razão da pandemia.

Para o secretário de imprensa do Sindesp (Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo), João Batista Gomes, a situação nos cemitérios de São Paulo é muito preocupante e ressalta que a Prefeitura poderia investir em vacinas contra a Covid-19 para os trabalhadores das áreas administrativas e testagem em todos os trabalhadores de forma periódica. Ele diz que a última testagem teria sido, em agosto do ano passado..

“Das 8 horas de hoje, quando começam os enterros, até às 12h30, já tinham sido feitos 57 enterros, no cemitério Vila Formosa I. No plantão anterior, foram 87 enterros. A média ela tem subido, mas eram 30 a 35 por dia antes da pandemia. Agora, bate 90. No dia de hoje, deve passar disso. Os trabalhadores estão exaustos.”, explica João.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirma que “em fevereiro de 2021, sepultadores, veloristas, cremadores e motoristas que atuam no translado de corpos foram vacinados”. “O Serviço Funerário segue o cronograma de vacinação da Secretaria Municipal da Saúde e aguarda previsão de vacinação para demais funcionários que atuam nas administrações das unidades.”

“A autarquia tomará medidas de combate à pandemia conforme o Plano de Contingenciamento”, completa.

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