Uma federação costurada pelas cúpulas nacionais de MDB, Republicanos e PSD pode resgatar uma parceria que comandou o Estado e a Capital por muitos anos.
André Puccinelli (MDB) e Nelsinho Trad (PSD), protagonistas de um período de sucesso do MDB em Mato Grosso do Sul, quando comandavam governo e prefeitura, podem retomar dobradinha se confirmada a federação nacional.
Embora em partidos diferentes, os dois vivem a coincidência de não serem os preferidos no governo hoje comandado pelo PSDB: “não são prioridade na composição”.
Caso Nelsinho
Nelsinho foi eleito em uma dobradinha com Reinaldo em 2018 e ainda espera repetir a parceria, mas tem como principais adversários o PL e o PP, hoje comandado por Tereza Cristina.
A eleição para o Senado promete ser uma das mais disputadas e Nelsinho pode ter como principais concorrentes o próprio Reinaldo e um candidato do PP, indicado por Tereza.
Nesta difícil costura, ele já teve conversas para ser o candidato do Partido Liberal, de Jair Bolsonaro, mas sem sucesso, por enquanto, já que o partido pode ter o próprio Reinaldo como candidato. Bolsonaro ainda espera a decisão de Reinaldo sobre filiação ou não. Enquanto isso, tem citado a vice-prefeita de Dourados, Gianni Nogueira (PL) como pré-candidata do PL.
Com dificuldade para vencer essa concorrência com PL e PP, Nelsinho pode encontrar em um velho aliado um fôlego para vencer a difícil eleição do próximo ano.
Caso Puccinelli
Puccinelli passou para Nelsinho, em 2004, o comando da Capital. Dois anos depois, assumiu o comando do Estado, iniciando uma parceria de seis anos de glórias do MDB em Mato Grosso do Sul, comandando o Estado e Capital.
Doze anos após deixar o comando do Estado e após derrota na tentativa de retornar ao poder , André Puccinelli tenta organizar o MDB para eleger uma bancada de deputados estaduais (quatro deputados) na eleição do próximo ano.
Apesar de ser aliado, sabe que não está na lista de preferência dos tucanos para a eleição do próximo ano, o que acaba impondo algumas dificuldades para esse objetivo audacioso, na acirrada disputa para os cargos majoritários.
Ciente de que não terá o mesmo apoio do PP e PL, por exemplo, Puccinelli aposta na sua força como puxador de votos para voltar a fortalecer o partido no Estado.
Fôlego para dupla
Se confirmada a federação, Nelsinho e Puccinelli podem voltar a se unir, fortalecendo a candidatura principalmente de Nelsinho Trad, que teria apoio do grupo de Puccinelli no Estado.
Em uma disputa que promete ser intensa, com mais de 10 pré-candidatos anunciados, a dobradinha pode ser decisiva para Nelsinho.
Já Puccinelli pode fazer o MDB voltar a ser visto com um pouco mais de atenção pelos novos comandantes do Estado, passando de “patinho feio” para o cisne visto quando tinha o poder e foi o maior partido do Estado.
O ano de 2026 completará 30 anos da famosa eleição para a Prefeitura de Campo Grande, quando Puccinelli venceu Zeca do PT por uma diferença de 411 votos. Ele ganhou a eleição e o comando do partido, em função que exerce efetivamente até hoje.
Três décadas depois, a dupla que já protagonizou os maiores embates da política local, pode dividir bancada na Assembleia, onde ambos são pré-candidatos no próximo ano. Mas isso é assunto para um novo capítulo nesta novela, por dias chatas, mas em outros de reviravoltas interessantes.
“A política é como nuvens”, diz o bordão mais cansativo e , irritantemente verdadeiro que não sai da boca de quem vive a política diariamente.