A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) pediu, em nota pública divulgada nesta sexta-feira (26), que o governo federal substitua o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para reverter a “política externa desastrosa” que vem adotando, principalmente diante a pandemia.
A entidade definiu que a atuação do ministro possui um “leque diverso de trapalhadas e atitudes destrutivas”. Araújo, que participará nesta sexta da cúpula virtual de comemoração dos 30 anos do Mercosul, tem recebido críticas e pressão para deixar o cargo.
Congressistas pediram a saída dele na quarta-feira e o governo federal está em busca de um nome para assumir o ministério, segundo o blog da Andréia Sadi.
Para a FNP, que é presidida pelo ex-prefeito de Campinas (SP) Jonas Donizette (PSB), são necessárias “medidas tempestivas” para recuperar a imagem do Brasil no exterior, sob pena de comprometer, ainda mais, a “inescapável e urgente aquisição de vacinas contra o coronavírus”.
A frente enviará um ofício ao gabinete do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com o pedido para substituição. “Neste momento de pandemia não há espaço para o que vem sendo relevado desde a posse do atual ministro”, pontua a entidade.
A FNP reúne as 412 cidades com mais de 80 mil habitantes, o que abrange todas as capitais, e representa 61% da população brasileira. A entidade tem liderado a criação de um consórcio público para a compra de vacinas por municípios.
Vacinas
A nota da FNP pontua que Araújo teria adotado postura contrária, ainda em 2020, sobre a participação brasileira no consórcio global Covax Facility, fato que foi noticiado pela Revista Época na quinta-feira (25).
O consórcio, iniciativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) para facilitar a produção de vacinas contra a Covid-19, entregou ao país o primeiro lote de 1 milhão de doses do imunizante produzido pela AstraZeneca e a Universidade de Oxford. A previsão é enviar mais R$ 41 milhões até o fim do ano.
“O desenho de tragédia está estabelecido, há insuficiência de doses de vacinas, aumento incontrolado de novas variantes do vírus, falta de leitos, escassez de oxigênio e medicamentos, além de uma diplomacia que tem cometido repetidos desatinos, em um momento no qual o apoio internacional é indispensável”.