Gestora sem respostas: ‘Caso folha secreta’ pode ter feito Adriane evitar os debates

O magistrado foi categórico ao sustentar que não existem mentiras nem ilegalidade nos argumentos da adversária ao cobrar explicações sobre a “folha secreta”. E liberou o questionamento de Rose para continuar sendo veiculado nos horários da propaganda eleitoral. Na tentativa de ludibriar o juiz, a prefeita alegou que os vídeos acusando-a de pagamentos pela “folha secreta” eram inverídicos e apócrifos (sem autoria definida). Mas a verdade se estabeleceu, conforme constatou o juiz com esta afirmação:

“Analisando o processo, percebe-se que não há irregularidade na propaganda eleitoral impugnada. O vídeo, ao contrário do alegado, não é apócrifo, pois ele está assinado com os elementos exigidos pelo art. 10 da Resolução 23.610/2019. Nele constam os nomes da candidata, do vice e da coligação responsáveis pela veiculação, com o respectivo CNPJ, conforme se vê do vídeo que acompanha a contestação. Este vídeo possui boa qualidade de imagem”, enfatizou Gomes Filho.

SUPER SALÁRIOS – A “folha secreta”, segundo denunciam imprensa e vereadores da oposição, é um mecanismo que Adriane Lopes usa para fazer repasses de verbas dos cofres municipais para despesas, geralmente de seu gabinete e para gastos com pessoal. A questão é que existe um véu espesso cobrindo alguns detalhes destas operações que não aparecem no Portal da Transparência.

Além de sofrer ações e sentenças judiciais para pagar direitos salariais que vinha sonegando dos servidores, a prefeita não efetuou a recomposição das remunerações do funcionalismo, mas abrigou em seu governo algumas contratações milionárias no quadro de pessoal. Uma dessas nomeações foi da secretária municipal de Finanças e Planejamento, Márcia Helena Hokama. Além de R$ 466 mil em horas extras, ela teve um aumento salarial de 47% e acumulou em 14 meses um ganho total de R$ 800 mil.

A secretária de Adriane Lopes faturou cerca de R$ 57,1 mil por mês, o equivalente a 168% acima do teto do funcionalismo público municipal, que é de R$ 21.263,62, valor do subsídio mensal da prefeita. Detalhe: a maior parte dos R$ 466,2 mil de horas extras foi paga a Márcia Hokama sem o desconto dos 27,5% do Imposto de Renda e da alíquota de 14% da previdência municipal.

Para governar uma cidade que está entrando na conta do primeiro milhão de moradores, é fundamental ter tamanho gerencial, competência e coragem para enfrentar os desafios. Infelizmente, a gestão atual não está conseguindo cumprir as obrigações mais comuns, entre as quais se destacam: divulgar todos os atos no Portal da Transparência, pagar os direitos legais dos servidores, ter frota de ambulâncias disponível sem precisar gastar com locações, concluir obras quase prontas e assegurar à população saúde, ensino, pavimentação e transporte de qualidade.

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