Giovanna Antonelli anuncia aposentadoria, às vésperas de completar 45 anos

‘Não vou ficar mais muito tempo nessa vida louca’
Reprodução

Giovanna Antonelli vai completar 45 anos. Seu plano, até pouco tempo atrás, era se aposentar com essa idade, tanto como atriz quanto como empresária. Mas, como ambas as carreiras seguem em alta, decidiu postergar a parada em cinco anos, como revela nesta entrevista exclusiva à Canal Extra. E nem há por que cultivar, precocemente, saudade dessa colecionadora de protagonistas na TV e no cinema. Nesta segunda-feira (dia 8), ela estreia na série “Filhas de Eva”, do Globoplay. Na história de Adriana Falcão, Jô Abdu, Martha Mendonça e Nelito Fernandes, sob direção artística de Leonardo Nogueira, seu marido, Giovanna vive a terapeuta Lívia, e forma com Renata Sorrah (Stella) e Vanessa Giácomo (Cléo) o trio de mulheres que se reinventam em busca de suas liberdades.

Enquanto tem seu trabalho como Capitu, em “Laços de família”, reprisado no “Vale a pena ver de novo”, da Globo, a atriz também se dedica, desde novembro passado, às gravações de “Quanto mais vida, melhor”, novela de Mario Wilson que substituirá “Salve-se quem puder” no horário das sete, a partir de julho. Paula Ferrari, sua personagem, é dona de uma empresa de cosméticos que tenta se reerguer financeiramente. Coisa que não aconteceu com Giovanna no último ano: na contramão da maioria, ela afirma que seus negócios só prosperaram. Confira o bate-papo com a bem-sucedida mãe das gêmeas Antonia e Sofia, de 10 anos, e de Pietro, de 16, que vive a repetir o mantra do sucesso: “A abundância entra em minha vida de maneiras surpreendentes e milagrosas”.

“Filhas de Eva” é uma série muito feminina. Não deve ser por acaso que estreia no Dia Internacional da Mulher…

É uma feliz surpresa. A gente fala na série sobre sororidade, generosidade, parceria entre as mulheres. De uma forma ou de outra, elas se entendem e se ajudam. Além das três protagonistas, tem a Débora Ozório, que interpreta a minha filha. É a quarta personagem de destaque na história, uma adolescente em ebulição, feminista, cheia de opiniões.

Sua relação com Renata Sorrah e Vanessa Giácomo se estreitou depois da série?

Renata, pra mim, é um ídolo. Costumo dizer que eu não tenho a menor vontade de fazer remakes, porque eu acho que histórias que já foram contadas ficam num lugar especial. Mas, se eu tivesse que escolher um, gostaria de reviver Heleninha Roitman (personagem icônico da atriz, em “Vale tudo”, novela de 1988). Agora, você imagina poder trabalhar com um ídolo… É uma emoção muito grande! O trabalho dela é um primor. E Vanessa é minha amiga pessoal. Eu amo, ela é talentosíssima! A gente já tinha feito “A regra do jogo” (2015) juntas. Então, trocamos muito em cena, uma ajudando a outra. Nós terminamos de gravar a série em fevereiro de 2020. Logo depois, a pandemia se instaurou no Brasil. Foi bem no limite.

Como enxerga Lívia, sua personagem?

É uma mulher controladora, cheia de manias. Lívia é muito bem-sucedida profissionalmente, como psicóloga de relacionamentos, mas tem uma amarra com o marido (Kléber, feito por Dan Stulbach). Os pais são casados há 50 anos, e ela idealizou viver um amor assim, que só existe na cabeça dela. Os castelos vão desmoronando, e Lívia vai sofrendo uma transformação. O legal é que ela se reconstrói, é bonita a mensagem. A gente tem uma obra tão contemporânea! Eu gosto muito de trabalhar com essa linguagem cotidiana, humana, direta. Contamos uma história sobre se libertar, quebrar padrões, crenças… Às vezes, esse é o chamado que quem está assistindo precisava para começar uma fase de mudança na vida.

Você se identifica com Lívia de alguma forma? Também é cheia de manias?

Apesar de não ser virginiana (ela é pisciana), que é o signo do perfeccionismo, sempre fui muito disciplinada. Sou caxias com o meu trabalho, com meus estudos, com meus horários… Acaba virando uma autocomiseração, eu me cobro muito sendo assim. Quando comecei a buscar a meditação, a desaceleração, entendi que a gente não controla nada nesta vida. Quem está no comando é o destino, o universo. O que tiver que acontecer vai acontecer. Então, hoje eu sou muito mais feliz ligando o… deixa rolar (risos). Esse tem que ser um exercício diário para todos nós! Posso ser uma mulher forte e nada controladora. Antigamente, se eu mandava uma mensagem e você não respondia logo, eu ficava muito ansiosa! Mas cada um tem o seu próprio tempo. Não importa se eu te retorno em um segundo, uma hora ou um dia. Para vivermos em harmonia, um tem que respeitar o tempo e o território do outro.

E você também faz terapia, para lidar tão bem com a ansiedade assim?

Não… Tenho bons amigos com quem eu brinco: “A gente tem que envelhecer apontando os defeitos um do outro para ir melhorando”. As pessoas vão dando um norte, mas você tem que querer mudar. Eu sempre quero! Tem coisas que eu faço inconscientemente. A meditação me trouxe o prazer de viver um dia de cada vez, sem me preocupar com o amanhã. Eu nunca fiz terapia, mas acho maravilhoso. Meu filho fez, minhas filhas farão. Acho que, para quem pode organizar sua cabeça desde pequeno, é maravilhoso. Na minha época não se falava sobre isso. Talvez eu tivesse resolvido questões e traumas que eu nem imagino existir. Mas, como cheguei até aqui desse jeito, busquei outros métodos.

Terapia de casal, nem pensar?

Eu não sou contra, não. Eu e Leo vivemos muito bem e felizes. Depois de 12 anos juntos, a gente se conhece profundamente. Mas tudo é válido. Principalmente, quando você tem boas histórias e bons amores.

Leonardo é o diretor artístico da série, e não é a primeira vez que vocês trabalham juntos. Ao longo dos anos, ser dirigida por seu marido foi ficando mais confortável ou difícil?

É a terceira vez que a gente se encontra no trabalho. Sempre foi um presente ser dirigida por ele! Eu tenho o maior respeito pelo diretor que é, ele me respeita como atriz. A gente troca ideias no set. Leo é talentosíssimo. Eu sei que sou suspeita pra falar, mas a nossa série está impecável de linda. E é um prazer acertar as agendas, porque passamos anos sem poder organizar uma semaninha de férias com as crianças, todos juntos. Se estou terminando um trabalho, ele está começando outro. Então, em situações assim, eu comemoro.

Em casa, quem “dirige” as situações, toma a frente dos problemas?

A gente sempre troca. Eu peço ajuda, ele também. Dividimos muito as tarefas. Nessa pandemia, até as reuniões de escola foram feitas de forma digital, o que possibilitou ganharmos tempo. Não desperdiçamos horas no trânsito, estressados.

Gostaria de falar com você sobre o feminino através das gerações. Quem é a mulher mais velha da família com quem você conviveu?

Meus pais trabalhavam muito, então eu e meu irmão fomos criados por avó e bisavó. Família classe média baixa do Rio de Janeiro, um ajudava o outro. Tanto que eu comecei a trabalhar com 13 anos, meu irmão começou a fazer som para festas com 15. Com 16, eu pagava a minha escola, ajudava financeiramente em casa. Era aquele “se vira nos 30”, como a maioria das famílias brasileiras. E isso me trouxe um amadurecimento muito grande. Minha bisavó, Marieta, era mineira arretada. Isabel, minha avó, também era superlimitadora. Ambas, extremamente católicas. A gente teve uma criação bem rígida, dentro dos padrões. Só que eram mulheres com personalidades fortíssimas. E inspirações pra mim. Essas mulheres me trouxeram até aqui, me transformaram no que eu sou. Elas e minha mãe, Suelly, que hoje tem 80 anos.

Sua mãe ainda era uma mulher conservadora quando a educou?

Não… O papo lá em casa sempre foi muito aberto. Sempre nos explicaram tudo, conversaram sobre tudo com a gente. Mãe e pai. As avós, não, eram bem tradicionais. Mas minha mãe já veio com uma cabeça mais aberta, do diálogo.

E seu pai?

Ele foi um exemplo de garra, de reinvenção. Morávamos oito pessoas num apartamento pequenininho, mais um cachorro, no Leme. Meus pais eram da Tijuca e do Grajaú e um dia compraram esse apartamento “parcelado em cem anos” na Zona sul, onde eu nasci. Ela era bailarina; ele, cantor de ópera. Fez vários musicais. Eu tive a oportunidade de passar parte da minha infância com o meu irmão (Leonardo, hoje com 50 anos) dormindo nas cadeiras do Theatro Municipal enquanto o meu pai ensaiava. A gente ficava ali assistindo. Ele fez ópera em alemão, “Evita”, “Hello, Dolly”… Então, tive uma formação dentro desse mundo da arte desde muito nova. E meu pai desenvolveu uma técnica em casa: como não tinha onde estudar, ele descobriu uma acústica dentro de um armário embutido. Ficava horas por dia, em pé, obstinado, decorando óperas em outros idiomas, cantando dentro do armário, ensaiando as partituras. Foi a primeira demonstração que eu tive na vida de quebra de barreiras para qualquer dificuldade. Acho que daí também veio a minha garra, a minha vontade de crescer e de fazer a diferença. (Giovanna preferiu não comentar sobre a morte do pai, Ailto, de nome artístico Hilton Prado, que também era ator, no último 11 de janeiro, vítima de câncer).

Você se considera careta em algum quesito?

Olha, eu diria que sou completamente dentro da casinha. As minhas loucuras são ingênuas. Se meus filhos souberem 50% do que eu aprendi, já está bom. Vão ser seres humanos incríveis, de caráter. Claro, cada um vai ter as suas escolhas. Eu não gosto de me meter nisso, sempre dou opções, mas eles é que vão escolher. Sendo bom ou ruim, vão traçar seus próprios caminhos. Tento guiá-los com um diálogo muito aberto. Fui criada sem preconceitos, sem preceitos, sem separações, sem divisões de pessoas dentro do nosso círculo. Tive uma educação muito saudável. E eu tenho certeza de que tenho filhos muito maravilhosos. Que olham para o lado, pensam nos outros, que às vezes deixam de pensar neles mesmos pra pensar nas outras pessoas. Isso, pra mim, é um mérito do que recebi e estou tentando repassar junto do meu marido, que é um superparceiro.

A educação do Pietro (fruto de seu relacionamento com Murilo Benício) foi feminista?

Pietro é um romântico, ama pessoas! Eu brinco com ele: “Ai, que namorado dos sonhos você é, filho!”. Faz surpresa, compra chocolate e presente, comemora data, é gentil… Tudo mérito dele, que já nasceu assim. Eu não precisei ensinar, é da índole dele ser um gentleman! Fico admirada e aprendo muito vendo Pietro com esse olhar tão generoso para as pessoas e para a vida.

E as gêmeas? Antonia e Sofia têm liberdades que você não tinha com a idade delas?

Eu tinha muita liberdade em relação à minha mãe, mas não às minhas avós. As meninas levam uma vida completamente diferente. Se sentem livres, em todos os sentidos. Isso tira um pouco da ansiedade da juventude. Quando você se sente livre, não fica desesperado, querendo antecipar momentos. Vivem o movimento dos 10 para os 11 anos respeitando seus limites, um dia de cada vez. Foi o que mais aprendi nos últimos anos.

Sororidade, por exemplo, é uma palavra que as duas já conhecem?

Talvez, não ao pé da letra. Mas, com certeza, intuitivamente e por viverem a sororidade.

Ainda é cedo, mas você sonha ser avó?

Eu sempre pensei muito para ter meus filhos. Pela responsabilidade, pela grana… Como eu disse antes, sou muito dentro da casinha. Não sou nada compulsiva como consumidora, deixo de comprar qualquer coisa pra mim pensando na conta da escola. Fecho a torneira, economizo na luz… Em casa, a gente tem uma vida muito encaixada ao padrão de como o mundo deveria ser. E acho que tudo tem o seu momento certo. Você tem que se organizar na vida, ter muita certeza para colocar um filho no mundo, sendo uma produção independente ou não. A maior responsabilidade que eu tenho na minha vida, hoje, são os meus filhos. Fiz tudo muito pensado, planejei. Foi um sonho, mas era o meu sonho. Não vou dizer que foi egoísmo, porque a gente está falando de amor. Eu quero muito ser avó no futuro, porque acho que vou transpor esse amor, cuidar dos filhos dos meus filhos. Vai ser uma delícia, um prazer. Mas acho que meus filhos ainda têm um longo caminho para trilhar antes de se tornarem pai e mães.

Chegou a pensar em ter um quarto filho?

Eu gostaria muito de ter dez, mas se a gente vivesse num mundo que não fosse tão desigual. Isso me incomoda muito. Nesse planeta doido, já tenho três responsabilidades. Está de bom tamanho. Comprei um cachorrinho e adotei vários outros. Tenho a Sorte, a Abundância, a Prosperidade, a Dólar… No sítio, tenho uma vaca chamada Giovaca, que teve um filhote chamado Fortuna. E um boi chamado Alegria… Comigo é assim, amor, tudo trabalhado na energia positiva! (risos)

Qual é o seu conceito de liberdade? Tem dificuldade em dizer “não”?

A liberdade é muito simples, está no meu dia a dia. Quando eu acordo, quando eu olho o pôr do sol, quando eu viajo, quando eu pago as minhas contas, quando eu faço o que eu quero, quando eu posso dar a minha opinião em qualquer lugar sem ter medo de julgamento… Em todas essas situações, eu me sinto livre. E o melhor aprendizado da minha maturidade foi aprender a dizer “não”. Eu amo! (risos). Era uma grande dificuldade. Eu passei a vida agradando às pessoas e me desagradando. Um dia, dei um basta. Quero agradar aos outros, sim, desde que não me desagrade. Então, hoje, dizer “não” é libertador. Dizer “não” para o outro é dizer “sim” para mim mesma, quando é preciso.

Se você pudesse, o que mudaria na sua vida?

Sou uma mulher em construção. Todo dia, eu tento mudar alguma coisa em mim; todo dia, eu tento ser melhor em algum ponto. Principalmente nos que me incomodam. E cada vez menos nos que incomodam os outros. Nos últimos três, quatro anos, me aconteceram mudanças internas, eu tenho amadurecido vários pontos. Como a vontade de mudar de vida.

Você vai completar 45 anos no dia 18 de março. O que mudou a partir dos 40 e o que está se transformando no caminho para os 50?

Olha, eu já penso em me aposentar, fazer a minha despedida. Não vou ficar por mais muito tempo nessa vida louca em que estou, não. Essa é uma decisão. Eu me aposentadoria com 45, daqui a uns dias. Mas como estou em pleno voo, vou dar mais uns cinco anos. Porque estou expandindo várias áreas da minha vida, principalmente a empresarial, e a minha carreira de atriz é uma paixão. Um dos meus maiores prazeres é atuar. Mas, nos próximos cinco anos, eu pretendo pendurar as minhas chuteiras.

Inclusive como atriz?

Sim, inclusive.

E o que você pretende fazer depois?

Por enquanto, nada. Quero deixar a vida me levar. Quero curtir cada dia como se fosse o último. Eu estou muito focada nisso nos últimos dez anos. Se me perguntar: “Você quer morar fora?”. Não sei! “Quer fazer curso de cerâmica?”. Talvez. “Quer fazer aula de canto?”. Não sei! “Tocar violão?”. Não sei. Não sei! Mas quero encontrar um outro propósito. Por que a gente tem que fazer só uma coisa ou outra? Eu sou multi e quero continuar me multiplicando, seja lá como for.

Quem acompanha as suas redes sociais, vê que você posta fotos sem filtro, acordando, de cara limpa e de biquíni. Essa segurança é recente ou antiga?

Ah, eu posto mesmo! Tomo até bronca da equipe que trabalha comigo. Gente, não estou nem aí! De maquiagem ou sem, tomando a minha cervejinha, compartilhando o pôr do sol… Eu sou aquilo ali. Eu sou assim (segura de mim) desde pequena. Comecei a trabalhar com 13 anos, né? Por mais que eu estivesse insegura, ninguém saberia. Acho que eu desenvolvi essa segurança de tanto que eu fingia ser segura. Corpo, beleza, nada nunca me grilou. E qualquer coisa que eu queira arrumar, eu arrumo imediatamente, não sofro.

E você já passou por cirurgias plásticas?

Isso é muito pessoal… Está gostando dos layouts, amor, eu dou os nomes de todos os médicos (risos). São coisinhas, né? A gente vai se reformando ao longo dos anos. O que é legal falar é que não é para o outro, mas para mim mesma. Se eu mudo o meu cabelo, boto cílios postiços, deixo as unhas de outra forma, é porque eu quero me ver desse jeito. Se eu mudo e me sinto muito bem, salta aos olhos.

Tem acompanhado “Laços de família”, no “Vale a pena ver de novo”? Capitu foi sua primeira personagem de destaque da carreira, há exatos 20 anos…

Não consigo acompanhar a reprise porque estou gravando desde novembro. Os protocolos são rigorosos, o ritmo está intenso. E posso adiantar que (esse próximo) está sendo um dos trabalhos mais divertidos e felizes da minha vida. Mas eu vejo a repercussão, recebo mensagens… Boas histórias não morrem nem envelhecem. E Maneco (o autor Manoel Carlos) sempre foi um grande contador de histórias. Muita gente se identificava com Capitu, que amava muito aquele filho, se dedicava muito àqueles pais, interpretados pelos gênios Valderez de Barros e Leonardo Villar. Aprendi com ela a força, a garra, o amor pela família. Independentemente do rótulo (de garota de programa), ela era humana e amorosa. Tinha uma pureza bonita ali.

Aquela moça de 25 anos é muito diferente da mulher de 45 de hoje?

Muito! Eu acho que nem me lembro mais dela… Se eu pudesse voltar no tempo, não seria para aquela idade, com certeza. Só dez anos atrás no tempo. Mas jamais teria essa nostalgia.

Você começou a gravar “Quanto mais vida, melhor” em novembro e, logo no início de dezembro, foi diagnosticada com Covid, precisando se afastar dos estúdios. Acha que foi nesse retorno ao trabalho que se contaminou?

Acho que não foi. Pode ter sido por causa da escola das crianças… As aulas já tinham voltado nessa época, presencialmente, duas vezes por semana. Mas não tem como saber. É vírus, vem pelo ar, por contato. Fiquei assintomática, não senti nada. E ninguém mais da família se contaminou. Eu me isolei dentro de casa. Com Covid, passava aspirador de pó o dia todo, não conseguia ficar parada.

Que situações curiosas, nunca antes vividas em estúdio, você experimentou, dentro desses protocolos? Gravou alguma cena de beijo?

Para qualquer cena de contato, incluindo as de beijo, a gente faz exame PCR. É tudo muito controlado. Nos testamos várias vezes por semana. Tem placa de acrílico, equipe usando roupa protetora… A felicidade de voltar ao set de gravações foi maior que qualquer estranhamento.

Paula Ferrari, sua personagem, é uma empresária do ramo dos cosméticos que passará por problemas nos negócios. Você também tem uma linha de produtos em seu nome: já assinou esmaltes, tem perfume, semijoias… A pandemia a abalou financeiramente?

Tenho perfume na Jequiti e fora do Brasil, de nicho; completo dez anos de parceria com a Rommanel; e vamos fechar 2021 com 115 unidades da GiOlaser espalhadas pelo Brasil. Comecei com apenas uma, há sete anos. Ano passado, a gente cresceu 147%, mesmo com a pandemia. Eu me dediquei, a equipe trabalhou junta, a gente venceu. Como sou supereconômica, não tive problemas pessoais. E, nos negócios, a gente foi contra a maré e só cresceu.

Na novela, as quatro protagonistas, incluindo sua personagem, sofrem um acidente fatal de avião e recebem uma segunda chance da Morte. Esse é um assunto que a assusta?

Tenho respeito pela morte. É muito duro você construir tanto amor em vida e ter que deixar tudo para trás. Com coisas materiais, eu não tenho o menor apego. Mas, por pessoas, sim. Agora, não tenho problema algum com viagens de avião. Fico ótima nos voos! Já sei que não tenho o controle de nada mesmo…

E se, depois do fim, lhe fosse permitido reviver, como na ficção? O que você faria?

Ah, eu continuaria vivendo todos os dias do mesmo jeitinho. Eu amo acordar, ver o sol, admirar a praia… Agradeço o céu azul e o cinza e chuvoso. Planto árvores… Sou muito grata à vida. Eu não tenho religião, mas tenho fé. Muita! Minha fé move montanhas.

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CRÉDITOS DO ENSAIO DE FOTOS EXCLUSIVO (FOTOGALERIA)

Fotos: Vinícius Mochizuki

Assistente de fotografia: Rodrigo Rodrigues

Beleza: Lucas Vieira

Assistente de beleza: Ian Silva

Styling: Ale Duprat

Assistente de styling: Kadu Nunnes

Produção executiva: Isabella Cardoso

Agradecimento: Hotel Windsor Marapendi

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