RIO – O ex-presidente Lula declarou que não vai negar um convite para ser candidato à Presidência em 2022. Uma semana após recuperar seus direitos políticos, o petista concedeu uma entrevista para a CNN dos Estados Unidos e afirmou que se estiver bem de saúde e tiver apoio do PT e outros aliados, será candidato, mas reforçou que a prioridade agora é lidar com a pandemia de Covid-19 no Brasil.
“Quando chegar o momento de concorrer às eleições, e se meu partido e os demais partidos aliados entenderem que eu posso ser o candidato, e se eu estiver bem de saúde, com a energia e o poder que tenho hoje, não vou negar esse convite. Mas não quero falar sobre isso. Essa não é a minha principal prioridade. A minha principal prioridade agora é salvar este país”, disse o ex-presidente.
Na entrevista para a jornalista americana Christiane Amanpour, Lula sugeriu que os Estados Unidos poderiam enviar doses excedentes das vacinas contra a Covis-19 para o Brasil ou países que não podem comprar o imunizante. Além disso, o ex-presidente afirmou que Joe Biden deveria convocar uma reunião do G-20 para discutir com líderes mundiais os problemas de distribuição das vacinas.
“A responsabilidade dos líderes internacionais é enorme, então estou pedindo ao presidente Biden que faça isso porque não acredito no meu governo. E, portanto, não poderia pedir isso para (Donald) Trump, mas Biden é um alento para a democracia no mundo”, afirmou Lula.
O petista recuperou o direito de concorrer às eleições após o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a anulação de todas as decisões tomadas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, que conduz a Lava-Jato, em quatro processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Fachin determinou que os processos sejam reiniciados, da estaca zero, na Justiça Federal do Distrito Federal.
A fala na TV americana, que vai ao ar nesta quinta-feira, acontece na semana em que o Brasil alcançou seu patamar mais alto da média móvel de mortes por Covid pelo 19º dia consecutivo. O país passou de 14 mil vítimas da doença em uma semana, o que nunca havia acontecido antes, e chegou ao total de 285.136 vidas perdidas para o novo coronavírus desde o começo da pandemia.