Mato Grosso do Sul: economia forte e péssimas condições de rodovias

REPRODUÇÃO

As péssimas condições de trafegabilidade das rodovias federais BR-262, BR-267 e BR-163 já estão afetando o escoamento da produção agropecuária de Mato Grosso do Sul e colocando em risco a vida das pessoas que se utilizam das três vias para se locomover. Para o cientista político Antonio Ueno, diretor-presidente do Grupo Ranking, já passou da hora de a bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional cobrar providências no sentido de recuperar essas três importantes vias que cortam o Estado de Norte a Sul e de Leste a Oeste.

“Só quem utiliza essas três rodovias federais sabe que elas estão intransitáveis. Não é possível que os nossos oito deputados federais e três senadores não tenham andado por essas vias para verificar in loco como essas rodovias estão. Elas precisam ser arrumadas para ontem”, ressaltou Tony Ueno, cobrando que os parlamentares federais utilizem as tribunas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados para cobrar providência do Ministério dos Transportes.

Para ele, os nossos três senadores e oito deputados federais precisam fazer indicação de emendas para o recapeamento dessas três rodovias federais. “Nós somos um Estado rico e pujante, sendo que boa parte das nossas riquezas sai por essas rodovias que ligam Mato Grosso do Sul até São Paulo e Santos. Os nossos representantes no Congresso Nacional precisam fazer alguma coisa, pois, além do prejuízo financeiro, estamos tendo vidas ceifadas em acidentes provocados pelas péssimas condições dessas vias”, lamentou.

Tony Ueno reforçou que os senadores e deputados federais precisam destinar mais recursos para a recuperação dessas vias, pois, nos Estados vizinhos onde as rodovias federais foram privatizadas as rodovias estão funcionando. “No Mato Grosso funcionou, pois duplicaram a BR-163, em São Paulo também, pois as rodovias lá são impecáveis. Já a nossa BR-163 é uma coisa mal feita, não se resolve nem nos poucos pontos de ultrapassagens, o asfalto é ruim, as pistas estão cheias de buracos e a CCR MSVia ainda tem a coragem de cobrar pedágio”, reclamou.

O cientista político reforçou que acidentes fatais estão acontecendo rotineiramente e os nossos representantes no Congresso Nacional precisam tomar providências. “Não é possível que a geração de emprego provocada pela expansão das indústrias de papel e celuloses no Estado e os impostos gerados com a comercialização de boi, soja, milho e trigo não possam ser revertidos para a melhoria dessas vias. Será que não sobra nenhuma programação para investimento nessas rodovias, pois, sem rodovias não tem escoamento”, argumentou.

Ele ainda completou que a BR-262, cujo fluxo de carretas levando minério de Corumbá para São Paulo e demais regiões do Brasil, está intransitável. “Papel e celulose sendo transportado nessas rodovias, impostos sendo recolhidos e não temos a contrapartida do Governo Federal. Por isso, precisamos da atenção também dos nossos políticos, dos nossos deputados federais e senadores em relação a essas rodovias. E isso tem que ser resolvido para ontem e a gente não tem ouvido e visto discussões nesse sentido. E isso pode se repetir também na Rota Bioceânica, que até agora está só no discurso e nada de investimento”, apontou.

Tony Ueno acrescentou que a única coisa de concreto que se tem até agora na Rota Bioceânica é a ponte sobre o Rio Paraguai. “E isso porque foi um trabalho do ex-ministro Carlos Marun. Há muita conversa e pouca prática. Nós não temos visto ações que venham beneficiar o nosso Estado nesse sentido, o que é uma vergonha e muito triste saber que nós carregamos o Brasil nas costas e não somos respaldados pelo Governo Federal, pelos nossos representantes da Câmara dos Deputados e do Senado”, criticou.

O cientista político lembrou que Mato Grosso do Sul já teve uma ministra da Agricultura e Pecuária – que hoje é a senadora Tereza Cristina (PP-MS) – no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas, em relação à melhoria do transporte da soja, do milho e da celulose nãoavançou. “Parece que não houve uma preocupação nesse sentido. Agora temos a ministra de Planejamento e Orçamento do governo Lula, que é a ex-senadora Simone Tebet, mas que também não estamos vendo um olhar especial para essas rodovias”, ressaltou.

Ele defende que o Governo Federal privatize logo essas rodovias já que não tem dinheiro para recuperá-las. “Então terceiriza logo, abre uma licitação. Penso que os nossos políticos podem cobrar lá no Planalto para que essas vias sejam licitadas para que sejam rodovias com qualidade para a rodagem. O que não pode é continuar do jeito que está”, reclamou.

O cientista político acrescentou que Mato Grosso do Sul é quase a economia da Bolívia e do Paraguai. “Nossa economia anual é de mais de US$ 32 bilhões e o PIB (Produto Interno Bruto) pode chegar a US$ 36 bilhões neste ano. O que os nossos representantes têm que entender é que a gente não pode ser mais tratado como Estado de quinta categoria. Nós alimentamos o mundo. Somos uma economia forte e nós temos que ser tratados com respeito pelo Governo Federal e também pelos nossos representantes no Congresso Nacional”, finalizou.

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