“Quem tem boca vaia Roma”, isso mesmo, do verbo vaiar, no sentido de protesto. Isso faz alusão ao povo que acreditava que a cidade de Roma merecia vaias por causa do imperador Júlio Cesar, já que na época ninguém podia contrariar a opinião dele.
Portanto, a plebe e os escravos acreditavam que a cidade de Roma merecia vaias por causa de seu imperador…
Mas o tempo passou, e o fato que aconteceu a muitos anos atrás em Roma, se repetiu na Capital do Mato Grosso do Sul. Um Sonora vaia marcou na noite desta quinta-feira (12) a subida ao palco da prefeita Adriane Lopes (PP) na abertura da Festa de Santo Antônio, padroeiro de Campo Grande, na Praça do Rádio Clube.
“Emocionada”, a prefeita permaneceu poucos minutos no palco, ao mesmo tempo em que o animador da cerimônia tentou conter a a manifestação negativa da multidão, sem sucesso. Ela inclusive desistiu de discursar, já que sua fala poderia ser abafada pelas vaias da multidão.
“A ação de vocês não é o que está em seus corações”, disse o mestre de cerimônias ao se referir às vaias e na sequência convidar as pessoas a rezar, logo após Adriane abandonar o palco.
A manifestação popular confirma o que mostram pesquisas de opinião, como a do Instituto Ranking Brasil divulgada no dia 9, mostrando que a gestão da prefeita Adriane Lopes tem a desaprovação de 65% da população.
Um dos principais motivos da insatisfação é o colapso dos serviços de saúde, a precariedade da infraestrutura urbana e o enfraquecimento da máquina pública.
Superlotação das UPAs, longas esperas por atendimento e a constante falta de medicamentos nas unidades básicas, além da operação tapa-buracos, formam o caldo da insatisfação popular.
No Paço Municipal, o cenário é igualmente preocupante. Servidores denunciam a completa falta de diálogo com a administração, atrasos em benefícios, cortes de gratificações e a ausência de reajuste salarial há três anos (mas o salário da prefeita teve reajuste de 67%).
Além da má gestão, a prefeita é alvo de um pedido de cassação de mandato por suposta compra de votos nas eleições de 2024. O processo já foi julgado em instâncias anteriores e agora aguarda decisão final do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), podendo ter seu desfecho ainda neste mês.
Uma coisa é certa: políticos tem medo de vaias, seja em Roma ou em Campo Grande!
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