O eleitor quer geladeira cheia e dinheiro no bolso

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O ELEITOR: Independentemente da classe social ele adota a ‘Lei de Gerson’. É um interesseiro natural pelas experiências (decepções) que passou. Portanto é de se levar em conta o que o eleitor pensa e o que quer para sua vida e da família. Pragmático, ignora as teses sociológicas e complexas teorias filosóficas para focar nas suas prioridades e desejos a curto prazo.

TROLOLÓ:  No Brasil é engraçado – o cidadão se lança candidato e só depois contrata o marqueteiro para bolar ou enfeitar seu programa de governo. O marqueteiro é o cara que tenta seduzir, ler a alma do eleitor com palavras e frases atrativas. Mas o eleitor nem lê programa de governo que lembra bula de remédio –   ‘cura todos os males’.

IDEOLOGIA: O eleitor não quer debater Karl Marx, Adam Smith ou Max Weber. Acha eles complexos e abstratos. Prefere personagens de seu universo, visíveis no dia a dia. Um cidadão da sua comunidade, por exemplo, é tido visto como modelo, referência de liderança, de conduta social e laboral. Portanto, o olhar do eleitor é bem objetivo. 

PROPOSTAS: Qual das agendas dos candidatos seduzirá o eleitor em 2022? A pauta da moral, dos costumes/corrupção ou a pauta econômica com viés social? Pelo visto ele irá direto ao ponto. Prefere a proposta que lhe garanta o dinheiro no bolso e a sua geladeira cheia. Talvez nem o combate a corrupção tenha força capaz de desviá-lo desta pretensão.

A PROPÓSITO: Assisti ao ex-ministro Mailson da Nóbrega numa palestra. Vive noutra galáxia. Só teoria. Mais convincente foi a camareira do hotel ao relatar-me a sua ‘ginastica’ da sobrevivência com seu magro salário. Ela sim vive o Brasil. Está explicado o desastre de Mailson como condutor da economia no Governo Sarney com a inflação recorde.  

DE ÔLHO!  Findo o ‘Brasileirão’, a velha política recupera a atenção do púbico.  Não tem jeito; as projeções, as análises e possibilidades dos eventuais protagonistas ocorrem. Os formadores de opinião fazem sua parte dissecando fatos do passado e presente, comparando os protagonistas e pinçando aspectos que passem despercebidos do público.

SIMONE TEBET: Asenadora do MDB surfa em outra onda. Candidata ao Planalto pode inclusive lá na frente ser a vice do ex-Juiz Moro (Podemos). Com isso abdicaria do espaço político local e até poderia apoiar Rose Modesto para tentar sucede-la no Senado no caso do MDB, Podemos, PSDB, DEM se juntarem na tentativa de viabilizar a 3ª. via.

DETALHES: É notória a divisão na cúpula do MDB onde o senador e cacique Renan Calheiros defende o apoio ao ex-presidente Lula (PT). O partido sempre jogou com a razão quando se trata da sucessão presidencial. Mas os índices das pesquisas é que devem mostrar as reais possibilidades da candidatura Simone; para ou continua.  

CONTROLE REMOTO: Ele será uma arma imprescindível com a volta do horário gratuito dos partidos políticos no rádio e TV que tinha sido extinto em 2017.  Ao eleitor, além da tortura da programação, caberá o ônus financeiro – já que implicará em gastos do Fundo Partidário através compensação fiscal às emissoras. Cidadania ou sacanagem?

PRESSÃO & COAÇÃO: Esse episódio mostra bem como é complicado o jogo político em nível de Brasília. Em primeiro lugar são atendidos os interesses corporativistas e depois os partidários.  As pessoas do povo – que assistem à distância – não tem a mínima ideia da rede de interesses dominantes do submundo e dos corredores do poder.

EM BAIXA: Os últimos episódios envolvendo o ex-senador Delcídio do Amaral, hoje no PTB, dariam um filme. Mas a fase ruim parece não ter acabado com a publicação de edital de leilão de sua casa em Campo Grande, dia 20 deste mês pelo valor mínimo de R$2.254.660,00. Tipo de exposição pública que arrebenta a autoestima e imagem do cidadão. Lamentável, gosto dele, sempre me tratou bem.

PILULAS DIGITAIS:

Não é só a lei que não pega entre nós. A Teoria da Evolução, por exemplo, por aqui também não deu certo. (Carlos Castelo)

Igreja anuncia o oitavo’ pecado capital’: Brasília

O poder simbólico e real do voto caiu em desgraça. (deputado Fábio Trad)

No Brasil os cães passam e quem ladra é a caravana. (Carlos Castelo)

A virtude não passa de tentação insuficiente. (George B. Shaw)

Antes dos portugueses descobrirem o Brasil, o Brasil tinha descoberto a felicidade. (Osvaldo de Andrade)

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