Os políticos não devem ignorar as vaias

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INTERROGAÇÃO: Claro, os holofotes seduzem! Após o efervescente ciclo de exposição, o ex-ministro Luiz H. Mandetta (DEM) deve fazer o balanço e o seu projeto político. Sem chances na majoritária estadual. Se tentar o Palácio do Planalto colidirá com a ministra Tereza Cristina (DEM). Iria então para qual partido?  Aliaria a quem?

ENCURRALADO:  O consumidor se defende como pode das investidas das empresas de telefonia. Se não bastassem as inoportunas ‘visitas’ de vendedores na porta de casa, continuam os insistentes telefonemas via celular – oferecendo ‘planos vantajosos’ para troca da operadora. Uma invasão de privacidade indefensável. Pergunto: Até quando?

VAIAS & PODER:  Repercute a vaia contra a senadora Soraya Thonicke (PSL) na recente visita presidencial a Terenos. Dizem que ela sentiu o ‘baque’.  Iniciante, precisa descer do salto e se acostumar a isso. Ao contrário do aplauso que até pode ser cínico e falso, a vaia não orquestrada é mais reveladora.  É o velho e sempre atual – preço do poder.

VAIADOS:  Vaias históricas: Presidente, Lula (PT) levou sonora vaia na abertura dos Jogos Panamericanos em 2007 no Rio de Janeiro. Dilma Roussef (PT) provou esse gosto amargo na abertura da Copa de Mundo (2014) em Brasília. Michel Temer (MDB) foi alvo da ira popular na abertura das Olimpíadas e não teve coragem de discursar no encerramento do evento.

OS ECOS das vaias se propagam indefinidamente. Indignado, o brasileiro prefere o recurso das vaias as agressões físicas. A mídia tem mostrado as vaias em restaurantes, aeroportos e outros locais. Daí que figurões envolvidos em escândalos ou criticados evitam aparecer em lugares de concentração popular. Amarelaram literalmente.   

 1- INOCENTES: A ‘Operação Desmanche’ da Lava Jato causa náuseas pela volta de personagens, da prisão para o palco político. Os casos do ex-presidente Lula (PT) e do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) mostram onde chegamos. Mas o show não acabou. A delação do ex-governador carioca Sergio Cabral (MDB) à Polícia Federal deve enlamear figurões e togados na ‘República dos Inocentes’.  

REFLEXÃO: “…()…Nascemos incompletos. Durante toda a vida haverá sempre uma parte que nos falta. O tempo é a nossa mutilação cotidiana. O tempo que se vai é violento e nos oprime. Nos passa a impressão de que vivemos sem ter vivido. Como se o melhor da vida estivesse sempre em outro lugar e não aqui…” ( Jeferson Tenório/ Zero Hora/RS)

AGUENTA! Acesa a fogueira das vaidades na CPI do Covid-19. Até parece o ‘BBB”.  Parlamentares querem aparecer com gestos e perguntas fora do contexto.  De olho em 2022, vale tudo para uns segundos grátis na mídia.  Já o Governo  sangra politicamente  – viabilizando inclusive a volta ‘triunfal’ do ‘recauchutado’ senador Renan Calheiros (MDB).  É do peru!

ENTALADA:  Difícil sair a reforma tributária: 82% do orçamento gastos em salários, aposentadorias, auxílios sociais, seguro desemprego. Sobra pouco para infraestrutura, educação, saúde – etc. Há sim uma guerra entre a União, Estados, municípios e as grandes corporações. Cada qual puxando a sardinha para seu lado. É a cara do país!

 ‘PROFISSIONAIS’:  O desemprego é notícia, mas um fato é ignorado. Nos currículos de muitos desempregados há o registro do pouco tempo deles nos empregos anteriores. É a característica de ‘colaboradores’ que não vestem a camisa da empresa e aí acabam provocando a demissão para levar vantagen$. Enfim, não é fácil gerar emprego no país.

MUDANÇAS: No passado era comum o empregado iniciar profissionalmente numa empresa e lá permanecer até sua aposentadoria. Sem dúvida que se tratava de pessoas comprometidas com os interesses do pagador do seu salário. Postura justa, sem raiva e inveja do patrão, onde a ingratidão não tinha espaço. Mas hoje – os tempos são outros.

OUTRA FACE:  A pandemia desnuda a realidade do empreendedorismo mostrado as vezes equivocadamente com glamour. Quem não é do ramo, não dispõe de capital e não persistir sucumbe. No Brasil o cidadão abre uma empresa e quer ficar rico a curto prazo. Na Europa uma geração abre a empresa para a geração seguinte consolidá-la e usufruir dos dividendos.  

PILULAS DIGITAIS:

O maior inimigo de um governo é um povo culto. (Jô Soares)

Nada é tão admirável em política quanto uma memória curta. (John K. Galbraith)

Um político é capaz de qualquer coisa para permanecer no emprego – até mesmo tornar-se um patriota. (William R. Hearst)

O tempo que se vai é violento e nos oprime. (Jeferson Tenório)

Só tem uma coisa mais devastada que a natureza: a natureza humana. (Carlos Castelo)

O desespero eu aguento. O que me apavora é essa esperança. (Millôr Fernandes)

Nunca somos nós mesmos quando há plateia. (Milan Kundera)

Viva a vida como se todo dia fosse ‘Dia de Paredão’. (Pedro Bial)

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