Os problemas se repetem em Campo Grande, Capital do Mato Grosso do Sul

O que é um projeto administrativo? “É o desejo ou a intenção de realizar uma ação ou obra e a forma como isso deve acontecer.”
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Campo Grande vivencia diariamente vários problemas estruturais, afirma o cientista político Antônio Ueno, coordenador da mais recente pesquisa de opinião realizada em Campo Grande. O Instituto de Pesquisa Ranking Foi o responsável pelos dados coletados no município.

No levantamento a população apontou como os maiores problemas de Campo Grande, a geração de emprego e renda: 23%, seguido da falta de vacinas para a Covid (21,25%). Também aparecem com destaque a falta de vagas nos hospitais (18,17%), falta de ajuda social (17,08%), fechamento do comércio (16,92%), excesso de decretos do prefeito (14,33%), os impostos (12,83%) e a falta de incentivo às indústrias (10,00%). As demais citações tiveram menos de 10% e 1,33% não responderam ou não souberam responder.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 a 13 de maio de 2021 com 1.200 eleitores por telefone em todas as regiões de Campo Grande: Anhanduizinho (346), Bandeira (160), Centro (121), Imbirussu (151), Lagoa (158), Prosa (121), Segredo (139) e nos distritos de Anhanduí e Rochedinho (04). O intervalo de confiança é de 95% e o grau de confiança 2,75%, para mais ou para menos.

A falta de emprego foi o item mais citado na pesquisa analisada pelo cientista. “Não podemos negar que a crise atingiu segmentos essenciais para o desenvolvimento da nossa capital. Este cenário é indissociável da crise política que, por sua vez, tem alvos definidos, ainda que ocultos, um deles é a chuva de decretos feito pelo prefeito de Campo Grande. Os comerciantes não conseguem se programar com tantas mudanças”, comentou Ueno.

Segundo Antônio Ueno, a pandemia causada pela covid-19 na Capital, produziu repercussões não apenas de ordem biomédica e epidemiológica, mas também impactos sociais, econômicos, políticos e culturais, sem precedentes. “Não se fala em solução para a saúde, por exemplo, cujos problemas começam depois que a pessoa sai do posto de saúde com um pedido de exame complementar ou encaminhamento para uma consulta com especialista. A fila é enorme, só cresce porque a velocidade do atendimento é menor do que as novas demandas”, observou o cientista.

A pesquisa chama atenção também para os problemas do transporte coletivo que é composto por ônibus velhos, lentos, lotados de passageiros, tarifas caras e com horários irregulares. “A mudança dessa realidade no transporte traria benefícios para todos os usuários do transporte. Segundo o levantamento além da dificuldade na locomoção, os campo-grandenses enfrentam problema na precariedade de higiene básica nos terminais. Projeto de melhoria não avançam, a AGEREG (Agência de Regulação dos Serviços Públicos de Campo Grande) é lenta em tomar decisões, e os usuários só querem ônibus de qualidade para ir ao trabalho”, salientou Ueno.

Um outro grande problema que a população enfatizou, é a falta de pavimentação asfáltica nos bairros, onde os buracos se multiplicam ao longo do tempo e não somente no período de chuva. Para o cientista o procedimento de pavimentação asfáltica é um dos mais importantes quando falamos em infraestrutura das cidades. “Eu acredito que a qualidade do pavimento também deixa a desejar pela falta de investimento. Assim como não há um plano amplo de pavimentação asfáltica, também não avançam os projetos de macrodrenagem para evitar que as chuvas que se repetem todo final de ano deixem prejuízos materiais à comunidade. Os problemas continuam se repetindo”, destacou Antônio.

Outra grande mazela que o levantamento constatou é que a cobrança de impostos comprometem uma fatia da renda das famílias mais pobres. “Os campo-grandenses pagam muitos impostos e taxas, ISS (Imposto sobre serviço) e um dos grandes valores do IPTU do Brasil (Imposto sobre Propriedade e Territorial Urbano)”, lamentou Ueno.

O pesquisador e cientista político, Antônio Ueno ao finalizar a entrevista faz uma última ponderação: O que é um projeto administrativo? “É o desejo ou a intenção de realizar uma ação ou obra e a forma como isso deve acontecer. E, infelizmente essa não é a realidade na Capital sul-mato-grossense conforme o levantamento que analisei”, finalizou.

*Antônio Ueno é formado em Ciência Política e tem pós- graduação em Administração Púbica e Gerência de Cidade.

Veja a pesquisa completa neste link:

RANKING PESQUISA – CAMPO GRANDE – MAIO 10 E 13 DE 2021Baixar

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