O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) comentou nesta quinta-feira (25) o debate de ontem, em que os parlamentares questionaram o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre as ações no enfrentamento da pandemia.
“Considero que tivemos muitos erros no enfrentamento da pandemia, principalmente no não-estabelecimento de relação diplomática de produtividade com diversos países que poderiam ser colaboradores nesse momento agudo de crise que temos no Brasil”, afirmou.
Ele continuou, porém, dizendo que o cenário atual não tem um só culpado. “Perdemos muitas vidas no Brasil em razão de uma conjuntura muito variada, não é responsabilidade única de alguém ou de um ministério, é um problema nacional que precisamos enfrentar”, declarou.
O presidente da Casa disse que uma eventual troca no comando da pasta fica à critério do presidente da República. “Só pode demitir quem admite”, afirmou. “O que temos buscado é colaborar”.
Suposto gesto supremacista
Pacheco também comentou o caso envolvendo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República Filipe Martins, que teria feito um gesto associado à supremacistas brancos nesta mesma sessão.
Ele reafirmou que acionou a Polícia Legislativa, que apurará o ocorrido. “É verdade que vendo as imagens, identificamos um gesto inapropriado para o ambiente do Senado Federal. Repudio qualquer ato que envolva racismo ou discriminação, ou qualquer ato obsceno, caso essa seja a conotação. O Senado não é lugar de brincadeira, é lugar de trabalho”, disse.
“Ali estávamos trabalhando, buscando soluções para um ministério muito aquém do desejado para o Brasil. É um trabalho muito sério o que estamos desenvolvendo e não pode esse tipo de conduta estar presente num ambiente daquele”.
O presidente da Casa falou, porém, que não faz nenhum pré-julgamento e que o assessor tem direito à ampla defesa e ao contraditório, e que esse é o devido processo num Estado democrático de direito num ato dessa natureza.
Criação de comitê para enfrentamento da pandemia
Pacheco comentou ainda a criação do comitê de coordenação de ações para o combate da pandemia, anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro nesta quarta.
“O comitê nasce de um momento crítico e singular”, avaliou, dizendo que o colapso do sistema de saúde, a falta de insumos e medicamentos somam-se a problemas já conhecidos, como a escassez de leitos de UTI e a escala reduzida da vacinação.