O Paraguai tem a terceira noite de protestos por causa dos erros de gestão do governo durante a pandemia da Covid-19. Os manifestantes se reuniram no final da tarde deste domingo (7) e, até as 20h, ainda estavam nas ruas pedindo as renúncias do presidente, Mario Abdo Benítez, e do vice-presidente, Hugo Velázquez.
De acordo com o jornal local “ABC Color”, oito pessoas foram detidas nos protestos deste sábado (6). A polícia alegou que os manifestantes estavam tentando ultrapassar uma demarcação de segurança do local. O grupo foi solto na tarde deste domingo.
Em resposta às manifestações, Benítez anunciou a troca do ministro da Educação, Eduardo Petta, do Ministério da Mulher, Nilda Romero, e do chefe de gabinete do governo, Ernesto Villamayor. A decisão foi transmitida em pronunciamento oficial pela televisão.
Na noite da sexta-feira (5), o ministro da Saúde, Julio Mazzoleni, já havia renunciado pouco antes do primeiro protesto, que reuniu cerca de 5 mil pessoas. O presidente do Paraguai nomeou Julio Borba como novo chefe da pasta e afirmou que começaria a buscar mais remédios imediatamente.
Benítez também disse, durante o pronunciamento deste sábado, que poderá fazer novas mudanças nos ministérios do país no decorrer da próxima semana. O presidente chegou a pedir que os ministros entregassem os cargos.
“Sei que as pessoas esperam mudanças e eu vou fazê-las, vou nomear novas autoridades para a pacificação” .- Mario Abdo Benítez, presidente do Paraguai.
Gestão desastrosa
Os manifestantes pedem as renúncias do presidente e do vice-presidente do país, acusados de fazerem uma gestão desastrosa diante do colapso. O Paraguai vacinou menos de 0,1% da população de pouco mais de 7 milhões de habitantes.
Em Cidade do Leste, praticamente todos os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria estão ocupados. Paraguaios e brasileiros que vivem no país vizinho estão cruzando a fronteira para tentar buscar atendimento em Foz do Iguaçu (PR), que também está com as UTIs lotadas.
As infecções por coronavírus no Paraguai atingiram níveis recorde. Os hospitais estão perto do colapso. Nos últimos sete dias, a taxa de infecção no Paraguai ficou em cerca de 115 pessoas por 100 mil habitantes.