Petróleo volta a subir nas próximas semanas

O mandatário ressaltou a necessidade de troca no comando da Petrobras e voltou a negar interferência na estatal. Ele disse ainda que a petrolífera poderá ajudar outros órgãos no combate a cartéis e adulteração
Nightime view of an offshore drilling rig and production platform in the Gulf of Mexico.
Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira (3/3) que o preço do petróleo pode voltar a subir nas próximas semanas. A declaração ocorreu após reunião com o embaixador do Kuwait no Brasil, Nasser Riden T. Almotairi. O chefe do Executivo completou que a notícia, “não muito boa, complica”

“A notícia não muito boa que eu falei sobre petróleo, obviamente, eles acham que o petróleo, o preço né, ainda não está muito adequado. Pode ser que tenhamos uma alta do petróleo nas próximas semanas. Complica para a gente”, apontou.

Por conta disso, o mandatário ressaltou a necessidade de troca no comando da Petrobras e voltou a negar interferência na estatal. Ele disse ainda que a petrolífera poderá ajudar outros órgãos no combate a cartéis e adulteração. “Isso reforça o nosso interesse em efetivamente mudar o presidente da Petrobras, porque nós queremos, não interferir, como nunca interferimos, isso nunca existiu. Nunca falei ‘desfaz semana que vem’. Agora, a Petrobras pode colaborar com outros órgãos no combate a cartéis, adulteração de combustíveis, a questão de diversificarmos o máximo possível a questão das refinarias”, emendou.

Bolsonaro levantou suspeitas em refinarias que podem estar operando abaixo da capacidade para obrigar a importação do óleo diesel. “Tem uma refinaria de um dos países deles que está operando com apenas 70% da sua capacidade. Lamento informar, mas parece que nós poderíamos estar refinando mais. E há algum interesse, estamos apurando se é verdade ou não, que há interesse em refinar menos para nos obrigar a importar óleo diesel, o que encarece o produto final aqui no Brasil”, alegou.

Ele comento o projeto de lei enviado ao Congresso no último dia 12. “Precisamos também do parlamento, não vai nos faltar no nosso projeto, para que o ICMS tenha um valor fixo, a exemplo dos impostos federais, Pis/Cofins e Cide, onde incide em alguns produtos. Até para se dar previsibilidade. Ninguém quer interferir nem pressionar governador em nada”.

O chefe do Executivo falou também sobre o desejo de ver o nome do general Joaquim Silva e Luna aprovado para a presidência da Petrobras e a respeito da saída dos conselheiros da empresa petrolífera que de acordo com ele, teriam feito um gesto de solidariedade pela saída de Roberto Castello Branco.

“Conversei rapidamente com o Bento [ministro de Minas e Energia] hoje. Resolveram sair talvez por solidariedade. O que nós queremos é que o nome do Silva e Luna seja aprovado. Preenche todos os pré-requisitos. Não é um general. Ele é um general, tem seu valor, mas também é uma pessoa que demonstrou seu valor na Itaipu Binacional onde realmente, se você perguntar para o governo do estado do Paraná, e para 40 prefeitos do centro-oeste paranaense, eles ficaram muito felizes com esses dois anos do nosso general lá, que além de ele se alinhar à empresa, a empresa investiu mais de R$ 2 bilhões de reais só no ano passado na região”, atribuiu.

Ao ser questionado sobre o que pode ser mudado na Petrobras, o presidente disse que está em fase final no Inmetro um protótipo de chip que controla à distância o volume de combustível inserido no veículo.

“Eu pergunto para você. Quando você vai falar “bote 30 litros de combustível no meu carro”. Você tem certeza que entraram 30 litros no seu tanque? o Inmetro, do Gerson, coronel do Exército formado pelo IME, está na fase final de um chip que vai poder controlar à distância o volume que realmente entrou no tanque ou não. Este é um tipo de fraude que tem que se combater”.

“Outro é se o combustível está adulterado ou não. Outros são os cartéis. Tem decisões da Anp que eu estou discutindo para a gente buscar maneiras de abrir mais o mercado. Não ficar preso a alguns monopólios que existem aqui. Isso tem que deixar de existir. É a livre concorrência que tem que baixar os preços. Agora, o preço dos impostos, tem imposto federal na gasolina R$ 79 reais o litro que está caro também. Agora, para eu diminuir isso, tenho que arranjar uma fonte para suprir isso em outro lugar. Isso complica para nós”, salientou.

Aprofundar relações
Por fim, Bolsonaro disse que após o encontro que a intenção é aprofundar as relações cada vez mais na área comercial com o Brasil. “Foram relembrados acordos do Brasil que foram um pouco prejudicados com a pandemia. Estamos voltando. Eles querem diversificar, eles querem importar mais coisa nossa e nós temos um campo muito aberto e fértil para isso. Então, agradecer a todos os embaixadores. Estamos todos irmanados, parece até que somos velhos conhecidos. Reforçaram convite para que nós pudéssemos retornar a esses países como nós fizemos em 2019. E, acabando a questão da pandemia, a gente pede a Deus que acabe o mais rápido possível, a gente volta a esse bom relacionamento”, concluiu.

Preços nas refinarias
Os preços da gasolina e do diesel estão mais caros desde a última terça-feira (2/3) nas refinarias. Segundo a Petrobras, os reajustes são de 4,8% e 5%, respectivamente. É o quinto aumento do ano no caso da gasolina, que passa de R$ 2,48 para 2,60 por litro. Para o diesel, é a quarta elevação, com o litro do produto saindo de R$ 2,58 para R$ 2,71.

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