Saiba como será a maior e mais rápida montanha-russa do mundo

Falcon’s Flight, grande atração do futuro parque temático Six Flags Qiddiya, deve ser inaugurada em 2023
Reprodução

Em pleno deserto, na Arábia Saudita, a Falcon’s Flight surge como uma miragem. Ela não está lá ainda, de verdade, mas a promessa de que será a mais longa, mais alta e mais rápida montanha-russa do mundo já é capaz de colocar o pais, até pouco tempo atrás um destino pouco aberto a visitantes estrangeiros não praticantes do islamismo, na rota das caravanas de amantes de parques temáticos.

Essa trinca de recordes poderá ser confirmada em 2023, data prevista para a inauguração da atração. Ela será o principal destaque do Six Flags Qiddiya, parque temático em Qiddiiya, uma espécie de “cidade turística” que está sendo construída do zero, nos arredores da capital Riad.

Segundo os responsáveis pelo empreendimento, os trilhos da Falcon’s Flight (“Voo do Falcão”) se estenderão por cerca de quatro mil metros, quase o dobro da atual recordista, a montanha-russa Steel Dragon 2000, que tem 2.479 metros de comprimento e fica no parque Nagashima Spa Land, na cidade de Kuwana, no Japão.

O recorde de altura será tomado da Kingda Ka, cujo ponto máximo atinge 139 metros acima do solo, e que fica no Six Flags Great Adventure, em Jackson, Nova Jersey. O brinquedo saudita atingirá uma altura máxima de 160 metros, quando os trilhos passarão sobre um dos grandes penhascos naturais que circundarão o parque.

Depois de um rápido passeio sobre esse platô, o carrinho, que terá capacidade para 20 passageiros, será jogado numa descida vertical, acompanhando o paredão rochoso e terminando num túnel, com muitos efeitos de luz. Neste momento, a velocidade chegará a 250 km/h, quebrando o recorde atualmente ostentado pela Formula Rossa, montanha-russa no Ferrari World, em Abu Dhabi, que já começa seu trajeto lançando os visitantes a 240 km/h.

Mas ao contrário da atração nos Emirados Árabes Unidos, que tem seu pico de velocidade bem no início, a Falcon’s Flight terá três pontos de aceleração magnética ao longo, que permitirá uma maior mudança de velocidade e picos de aceleração ao longo de todo o passeio, que terá três minutos de duração.

A montanha-russa saudita está sendo desenvolvida pela Intamin Amusement Rides (responsável também pelas recordistas Formula Rossa e Kingda Ka, entre outras montanhas-russas extremas pelo mundo) e será uma das 28 atrações do Six Flags Qiddiya, um parque de diversões que terá a própria Arábia Saudita como tema.

Espalhadas por 32 hectares, serão seis áreas temáticas: City of Thrills, Discovery Springs, Steam Town, Twilight Gardens, Valley of Fortune e Grand Expositon. Todas conectadas por uma entrada comum, The Citadel, cheia de lojas e restaurantes inspirados em tendas de beduínos, fazendo referência ao passado nômade da Península Arábica.

Com um visual “arábico futurista”, a City of Thrills é a visão que os sauditas querem passar do próprio país em 2030, parte de um projeto de transformação tecnológica da sua sociedade e sua economia. Nessa área ficarão algmas das atrações mais radicais, como a Falcon’s Flight e a Sirocco Tower, que o parque anunciou como “a maior torre de queda do mundo”, mas sem dar mais detalhes.

Atrações molhadas ficarão na Discovery Springs, que faz a relação entre o oceano e o deserto. Já a área Steam Town se baseia no lado mais industrial da economia saudita, com uma pegada steampunk. Sua atração mais promissora é o Iron Rattler Mine Train, que combina montanha-russa com dark ride (com circuito em ambiente fechado), e cujo ponto mais radical será o momento em que o carrinho é realocado, por um braço mecânico, nos trilhos, para uma descida vertical.

Com muitas flores e jardins, a Twilight Gardens será a área infantil, com atrações voltadas para crianças e famílias. A Valley of Fortune reproduzirá a arquitetura de uma antiga medina árabe, com outra das atrações mais radicais do parque, a montanha-russa Spitfire, com três pontos de lançamento. Por fim, a Grand Expositon reunirá brinquedos tradicionais de parques de diversão, num espaço que homenageia os avanços da ciência.

Os números anunciados para a Falcon’s Flight e para o parque temático como um todo se encaixam muito bem no exagero de Qiddiya, um complexo de 366 km² a sudoeste de Riad. Verdadeiro oásis que vem sendo construído no deserto desde 2020, e que terá hotéis, condomínios privados, restaurantes, parques naturais, casas de shows, centros culturais e equipamentos esportivos, como um estádio de futebol e um autódromo.

Esse complexo faz parte dos esforços da Arábia Saudita se inserir no mercado turístico internacional. Em 2019, foi criado um visto eletrônico que permitia a entrada de visitantes de 49 nacionalidades, principalmente da América do Norte, da Europa e da Ásia (o Brasil, assim como ouros países da América Latina, não estava incluído). O governo saudita flexibilizou também alguns códigos de conduta para visitantes internacionais, sobretudo no que dizia respeito às mulheres. O turismo é visto pelas autoridades locais como mais uma maneira de diversificar a economia do país, ainda muito calcada na indústria do petróleo.

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