Uma articulação suprapartidária foi deflagrada no Senado para barrar toda pauta do Itamaraty na gestão do chanceler Ernesto Araújo.
Com isso, o Legislativo pode inviabilizar na prática todas as demandas do Ministério de Relações Exteriores, principalmente no encaminhamento e aprovação de embaixadores para representação diplomática no exterior.
De acordo com o senador Tasso Jereissati, nunca houve um chanceler com rejeição unânime no Senado, como Araújo. Por isso, segundo o senador, todas as demandas do ministério tendem a rechaçadas.
“Não existe chanceler se tiver rejeição unânime do Senado”, disse ao Blog o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), para quem o ministro está inviabilizado.
O Palácio do Planalto foi alertado desse movimento dos senadores e recebeu com preocupação essa articulação.
Como revelou o Blog, o presidente Jair Bolsonaro espera uma “janela de oportunidade” para substituir Ernesto Araújo a fim de não parecer que ele foi demitido pelo Congresso depois de a situação do ministro ter se tornado insustentável.
Também se costura uma saída honrosa. Mas senadores já avisaram que a aprovação do nome de Ernesto Araújo para ocupar um cargo de destaque no exterior sofreria grande resistência no Senado.
Em 2019, Bolsonaro não conseguiu emplacar o próprio filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para o cargo de embaixador nos Estados Unidos e foi obrigado a recuar da indicação.
Essa percepção de que Ernesto Araújo ficou inviabilizado no cargo cresceu entre senadores depois da audiência da quarta-feira, quando ele foi duramente criticado e recebeu pedidos de renúncia. Até o mesmo senadores governistas evitaram defender o ministro de Relações Exteriores.