O inverno astronômico inicia nesta sexta-feira (20), saiba o que esperar do clima nesta estação e como interpretar a previsão climática.
O inverno astronômico de 2025 começa na sexta-feira (20), às 23h42 (horário de Brasília). Essa data marca o solstício de inverno, momento em que o Hemisfério Sul está mais inclinado para longe do Sol, resultando no dia mais curto e na noite mais longa do ano.
Já na meteorologia, o inverno é definido com base em padrões climáticos e compreende os meses mais frios do ano: junho, julho e agosto (JJA).
A seguir, analisamos a previsão sazonal do modelo ECMWF, iniciada em maio, com foco em chuva e temperatura. Vamos entender o que ela indica — e, mais importante, como interpretar essas informações.
Precipitação
A previsão do modelo ECMWF indica que:
- A maior parte do Brasil deve ter precipitação dentro da média histórica para a estação
- Na região Norte, há 40 a 60% de chance de chuvas acima da média, com anomalias de até +50 mm
- No Sul, há áreas com risco de chuva até 50 mm abaixo da média, mas na maior parte da região não há probabilidade significativa para esta previsão
- O litoral do Sudeste pode registrar chuvas ligeiramente acima da média, com até 50% de probabilidade
Mas será que isso vai se confirmar? A ausência de fenômenos como El Niño ou La Niña, que influenciam fortemente o clima do Brasil, aumenta a incerteza nas previsões para este inverno.

A Meteored | Tempo.com interpreta que, apesar do modelo prever chuva acima da média na região Norte, as anomalias positivas de temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Atlântico Norte tendem a reforçar a temporada de furacões por lá e desviar a umidade da Amazônia em direção ao Hemisfério Norte. Com isso, a precipitação na região Norte tende a ser entre a média a abaixo da média.
Devido a ausência de padrões de grande escala que afetam fortemente a variabilidade climática, a predominância será de sistemas transientes como frentes frias e cavados, e as chuvas serão dentro da média no restante do país. Porém, acredita-se que Sul e o Nordeste devem ter episódios de chuvas extremas, mesmo que, na média, a precipitação seja normal.
Temperatura
A rodada do modelo ECMWF mostra:
- 50 a 60% de chance de temperatura até 1°C acima da média no Rio Grande do Sul e parte do Sul do Brasil
- 70% de chance de temperaturas até 1°C acima da média no Sudeste e meio norte da Região Sul
- 70 a 100% de chance de anomalias positivas no Centro-Oeste e interior do Nordeste, podendo alcançar +2°C em relação à média
Mas isso significa que não vai fazer frio? Não. Na verdade, espera-se que o inverno de 2025 seja mais frio do que o de 2024, especialmente nas regiões Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste.

Isso porque, mesmo com temperaturas médias mais altas, a estação deverá ser marcada pela passagem de sistemas de alta frequência, como cavados, ciclones, frentes frias e suas massas polares. Este sistemas que podem provocar chuvas intensas e quedas bruscas de temperatura, com episódios de frio intenso, ainda que por períodos curtos.
Como interpretar previsões sazonais?
As previsões climáticas de estações como o inverno são baseadas em médias dos próximos três meses, e não em dias ou semanas específicas.
Por isso, quando dizemos que a temperatura pode ficar acima da média, isso não significa que não vai fazer frio.
Por exemplo, junho já tem apresentado temperaturas abaixo da média no centro-sul do Brasil. Mas se julho e agosto forem mais quentes, o inverno como um todo pode fechar com média acima do normal. O mesmo vale para a chuva: mesmo que a previsão indique “chuvas dentro da média”, eventos extremos podem ocorrer – como já vimos este mês no Sul e no Nordeste.