Trabalho e aulas fazem brasileiro voltar a ter duas linhas de celular na pandemia

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Depois de um primeiro ano de aulas remotas em que seu WhatsApp passou a receber mensagens ininterruptas de alunos e pais, a professora Adriana Ferreira, que leciona para turmas da primeira à quarta série de uma escola pública da periferia da Praia Grande, no litoral de São Paulo, começou 2021 com a decisão de retomar a separação entre sua vida profissional e a pessoal.

No início do ano, vendo que o retorno das aulas presenciais não aconteceria tão cedo, adquiriu uma segunda linha de celular e também um novo aparelho, para onde jogou todas as conversas ligadas à escola e que desliga após as 18h e também aos finais de semana.

Uma mensagem automática na versão “Business” que passou a ter do aplicativo de conversas avisa aos alunos, que têm de seis a nove anos: “professora descansando”.

“Eram mais de 30 mensagens por dia, com dúvidas sobre a atividade, sobre o prazo de entrega, também mensagens e perguntas dos pais”, conta a professora.

“Eu comecei a ficar o tempo todo trabalhando; de sábado, domingo, madrugada. Antes, quando era só presencial, eles nem tinham meu contato. Era só o horário da aula, de manhã e de tarde, e acabava.”

Adriana, definitivamente, não está sozinha nas mudanças. Outros 24,2 milhões de novos chips de telefonia móvel foram adquiridos e habilitados no país desde junho do ano passado, ajudando a trazer de volta uma realidade que já foi bastante comum e tinha ficado para trás: a de uma mesma pessoa ter mais de um número de celular.

Seria naquele mês que o número de linhas móveis voltaria a crescer depois de passar cinco anos em franca queda, apontando um movimento de recuperação intimamente ligado à pandemia, que havia desembarcado oficialmente no Brasil três meses antes, no final de fevereiro.

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