Veja sete vezes em que Bolsonaro desestimulou o uso de vacinas contra Covid-19

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Antes de dizer que 2021 seria o ano da vacinação no Brasil, como fez em pronunciamento de rádio e TV na última terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro brigou contra a obrigatoriedade da vacina, disse que não iria comprar imunizantes desenvolvidos na China, declarou que não seria imunizado e que não havia pressa. Confira abaixo sete vezes em que ele desestimulou o uso dos imunizantes para combater a Covid-19 no país.

30/07 – ‘Não é daquele outro país’
Inicialmente, Bolsonaro começou a ironizar a CoronaVac de forma velada, exaltando o acordo feito pelo governo com a Universidade de Oxford. Em julho, durante uma transmissão ao vivo, ressaltou que o imunizante comprado não era “daquele outro país”:

— Se fala muito da vacina da Covid-19. Nós entramos naquele consórcio lá de Oxford. Pelo que tudo indica, vai dar certo e 100 milhões de unidades chegarão para nós. Não é daquele outro país não, tá ok, pessoal? É de Oxford aí — disse o presidente.

21/10 – ‘A da China não compraremos’
Depois de dizer que não compraria a vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, ele afirmou que se opôs ao acordo porque o governo não poderia comprar uma vacina antes do registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) porque a população brasileira não seria “cobaia de ninguém”. Um dia depois, alegou que não compraria nenhuma vacina com origem na China, porque o país teria um “descrédito muito grande”.

— A da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população — disse. — A China, lamentavelmente, já existe um descrédito muito grande por parte da população, até porque, como muitos dizem, esse vírus teria nascido por lá.

29/10 – ‘Procura outro para pagar’
No fim do mês, dirigiu-se a Doria durante uma transmissão e disse a ele para procurar “outro para pagar a tua vacina”.

— Ninguém vai tomar a sua vacina na marra não, tá ok? Procura outro. E eu, que sou governo, o dinheiro não é meu, é do povo, não vai comprar a vacina também não, tá ok? Procura outro para pagar a tua vacina aí.

17/12 – ‘A pressa da vacina não se justifica’
Em vídeo publicado nas redes sociais, o presidente afirmou que a pandemia estava acabando e que não havia perssa para vacina.

— A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso, estamos com pequena ascensão agora, chama-se pequeno repique, que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica porque você mexe com a vida das pessoas — afirmou em vídeo publicado nas suas redes sociais.

17/12 – ‘Não vou tomar a vacina’
No mesmo dia, ele também defendeu que não se vacinará porque já foi contaminado pela doença. Especialistas, no entanto, recomendam a vacinação dos que já foram contaminados porque nem todos os infectados ficam imunizados.

— Eu não vou tomar a vacina. Alguns falam que eu tô dando um péssimo exemplo. Ou é imbecil (palmas) ou o idiota que tá dizendo que eu dou péssimo exemplo, eu já tive o vírus. Eu já tenho anticorpos. Pra que tomar vacina de novo?

18/12 – ‘Se você virar um jacaré, é problema de você, pô!’
Criticado por não fechar acordo com a Pfizer ainda em 2020 para a compra de 70 milhões de doses, Bolsonaro alegou que no contrato constava o aviso de que a fabricante não se responsabiliza por qualquer efeito colateral:

— Se você virar um chi… virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas — afirmou.

04/03 – ‘Só se for na casa da tua mãe’
No começo do março, ele afirmou que não havia doses para comprar no mundo. Duas semanas depois, o Governo Federal fechou acordos para 100 milhões de doses da Pfizer e outras 38 milhões da Johnson.

— Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo — afirmou.

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